DEFESA DA AAPEC NEGA DESVIO E PEDE RETOMADA DAS ATIVIDADES
13 de outubro de 2016

Os advogados de defesa dos acusados de desvio de dinheiro proveniente de doações para a Associação de Assistência a Pessoas Com Câncer (AAPEC) afirmam que não existem provas de irregularidades na gestão da entidade e anuncia que recorreu à Justiça para a retomada das atividades da associação.

A defesa alega que nunca houve na associação beneficente e sem fins lucrativos, qualquer desvio de fundos da instituição, tampouco existe qualquer indício de que seus diretores tenham utilizado dinheiro ou patrimônio da associação para qualquer fim, senão o trabalho em prol de vítimas de câncer em estado de carência. Os advogados também reclamaram de falta de acesso ao teor das denúncias contra seus clientes.

“Todas as contas e balancetes da associação comprovam, nitidamente, que todo o dinheiro arrecadado era destinado à manutenção da associação e ao atendimento de vítimas do câncer. O pagamento dos impostos, contribuições sociais, salários, compra de medicamentos, compra de suplementos alimentares e manutenção da estrutura na qual funciona a instituição exige, todos os meses, o gasto de pelo menos 80% de todo o valor arrecadado com das doações".

"Do valor restante, quase metade é investida em fundos e aplicações em nome da associação, para garantir uma saudável reserva financeira, capaz de manter o atendimento aos pacientes da associação em momentos de dificuldade e baixa arrecadação”, assegura a defesa.

Global Telemarketing

Quanto aos recursos destinados às empresas prestadoras de serviços, na qual se inclui a empresa Global Telemarketing, que fazia a captação de doações por telefone, a defesa alega que “são meros 15% de toda arrecadação”, ressaltando que as empresas realizam o trabalho administrativo e gerencial da AAPEC. Na versão do Ministério Público, conforme dados de escuta telefônica autorizada pela Justiça, além da Global, os dirigentes da AAPEC usavam outras empresas para desviar recursos das doações.

Entretanto, o relatório da defesa cita, também, a existência de auditoria “realizada por empresa idônea, encomendada por seus diretores, capaz de comprovar a inexistência de qualquer irregularidade”.

Os advogados acrescentam que a denúncia do Ministério Público não apresenta documentos capazes de provar as acusações de desvio de recursos da associação. “A denúncia oculta fatos, documentos e depoimentos que comprovam, cabalmente, a inocência dos diretores da instituição, bem como se recusa a fornecer aos advogados de defesa acesso a documentos capazes de comprovar a inocência de todos os acusados”, afirmam os advogados.

A defesa também ressalta que não existe determinação judicial para o fechamento da AAPEC, mas apenas o afastamento temporário de seus diretores e consideram excedente o fechamento da entidade, o que encerrou o trabalho de 200 pessoas e a assistência aos pacientes, embora existam remédios, suplementos e recursos para quitar todos os compromissos. Por fim a defesa anuncia que a AAPEC adota medidas judiciais cabíveis para que possa retomar os trabalhos interrompidos.

Resposta

Um dos representantes do Gaeco respondeu que não procede a reclamação de falta de acessos da defesa aos autos. O extrato do andamento processual mostra que os advogados da defesa recolheram os autos para consultas, ainda na fase da prisão temporária, no dia 11 de agosto, depois em 17 de agosto e 27 de setembro.

funcionários e pacientes sem apoio em Viçosa

Em Viçosa os funcionários da AAPEC e os pacientes estão desassistidos a mais de 2 meses. Os 55 funcionários que prestavam serviços na unidade de Viçosa não recebem seus salários e não podem sequer trabalhar em outras empresas, pois suas carteiras de trabalho estão retidas e até o momento a associação não deu baixa nas mesmas.

Mais de 200 pessoas que eram atendidas na unidade também estão desassistidas e medicamentos, alimentos e remédios correm o risco de serem descartados pois as datas de validade estão chegando e esses materiais não podem ser usados por determinação da justiça.

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