Quase duas horas depois do final da reunião no Palácio da Alvorada, nesta quarta-feira, que selou a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Ministério da Casa Civil, o Palácio do Planalto distribuiu nota oficial da presidente Dilma Rousseff confirmando a informação. A posse de Lula só deve ocorrer na próxima terça-feira (22).
A nota diz ainda que Jaques Wagner deixará a pasta e assumirá a chefia do gabinete pessoal da presidente. Este cargo era ocupado por Álvaro Henrique Baggio. A nota não informa, mas, no novo desenho do Palácio do Planalto, Wagner, como chefe de gabinete, terá status de ministro, segundo fontes.
Lula na Casa Civil
A ida de Lula para o Planalto é uma estratégia dele para ganhar foro privilegiado, saindo assim da alçada do juiz federal Sérgio Moro. Jaques Wagner, com o status de ministro, permanecerá com foro privilegiado que já tinha como titular da Casa Civil.
A entrada de Lula no governo tem por objetivo também recompor o PMDB, que está rebelado e ameaça desembarcar da base aliada, como já anunciou o PMDB de Santa Catarina.
Pronunciamento da Presidente Dilma
A presidente Dilma Rousseff afirmou durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá "os poderes necessários" para ajudar o país.
Ela fez a afirmação ao ser questionada sobre a possibilidade de Lula vir a se tornar um "superministro" e ter "superpoderes".
"Tem seis anos que vocês tentam porque tentam me separar do Lula. A minha relação com o Lula não é de poderes ou superpoderes. É uma sólida relação de quem constrói um projeto junto", declarou a presidente.
"O presidente Lula, no meu governo, terá os poderes necessários para nos ajudar, ajudar o Brasil. tudo o que ele puder fazer para ajudar o Brasil será feito, tudo", afirmou.
Segundo ela, um dos motivos para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha sido convidado para integrar o ministério é compromisso dele com a estabilidade fiscal e o controle da inflação.
Dilma afirmou que os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Alexandre Tombini (Banco Central) não deixarão o governo com a entrada de Lula no ministério. Segundo a presidente, os dois "estão mais dentro do governo do que nunca".