Na semana em que foi celebrado o Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, o Departamento de Ciências Sociais (DCS) passou a contar, em sua nova sede, com quatro banheiros individuais, livres de demarcações de gênero, que podem ser utilizados por qualquer pessoa.

Os banheiros - dois no terceiro e dois no quarto andar do edifício do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes II (CCH II) - foram inaugurados na sexta-feira (20) e identificados com placas específicas, que trazem a informação "Xixi livre" e ilustrações que remetem à diversidade.

A ideia surgiu na disciplina Antropologia do Corpo, oferecida pelo professor do DCS Guillermo Vega Sanabria. Segundo ele, a inauguração é um fato simples “para demostrar que a UFV é diversa, assim como o mundo, e que a Universidade representa a pluridiversidade e é um espaço onde todos devem caber”.

O professor destacou ainda que os banheiros sem demarcações de gênero são “essenciais para o reconhecimento e a efetiva promoção dos direitos fundamentais de pessoas transexuais e travestis”. 

A estudante do 5º período de Ciências Sociais Tamíris d’Ávila contou que, diferentemente dos banheiros já existentes no porão do Centro de Vivência (sede dos coletivos estudantis do campus Viçosa), que surgiram de forma espontânea, a inauguração desses, no DCS, foi pensada em conjunto com o Coletivo Primavera nos Dentes.

De acordo com a estudante e monitora da disciplina Antropologia do Corpo, a problematização do assunto foi decorrente também do falecimento da aluna do curso de Ciências Sociais Kayla Lucas França, trans não-binária, que não se sentia confortável para utilizar os banheiros da Universidade.

Tamíris espera que a inauguração possa desencadear o surgimento de mais banheiros sem demarcação de gênero “não só em outros departamentos, mas também nos pavilhões de aulas, para que todas as pessoas se sintam pertencentes a todos os espaços da Universidade”.

Para Caio Oliva, militante do Coletivo Primavera nos Dentes, os banheiros inaugurados são “muito importantes” e representam uma forma de enfrentamento e de reflexão sobre o fato de que algumas pessoas estão sendo excluídas de necessidades básicas.