Diversos estudantes da UFV bloquearam na manhã desta quinta-feira 29, a entrada principal da UFV como forma de protesto contra a PEC 241, que o presidente Michel Temer enviou ao Congresso Nacional em junho deste ano, impõe congelamento por 20 anos dos gastos da União. A medida limita as despesas primárias aos equivalente aplicado no ano anterior corrigidos apenas pela inflação e contra as reformulações realizadas no ensino médio.
Todo o trânsito no local foi bloqueado e de acordo com manifestantes em determinado momento da manifestação um professor do Departamento de Fitotecnia da instituição, que tentava entrar dentro do campus foi impedido pelos manifestantes e começou a fazer gestos em direção ao cabelo de um aluno negro, que participava da manifestação.
Incomodado com a situação o aluno se dirigiu até o professor para perguntar o que estava acontecendo, neste momento o professor perguntou ao aluno se ele lavava o cabelo, referindo aos "dreads" do aluno. Para o aluno o professor estava se referindo ao seu cabelo como algo sujo e que ele não tomava banho.
Entendendo que àquilo era categorizado como racismo o aluno chamou a Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência.
Outros estudantes da instituição que participavam da manifestação escreveram no carro do professor a palavra "Racista". Segundo os manifestantes "A PM, chegando ao local, ao invés de fazer o que tinha sido acionado, quis fazer o BO contra os estudantes, ignorando o fato de ter ocorrido o racismo".
O professor e o aluno que alegou ter sofrido racismo foram encaminhados para a sede da Polícia Militar para registrar a ocorrência, momento em que foi descoberto pelos policiais, que havia um mandato de prisão contra a vítima de racismo por desacato a autoridade na cidade de Muriaé.
Em contato com a Assessoria de Imprensa da PM nossa reportagem foi informada, que o aluno foi preso e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil e que foi registrado um boletim de ocorrência por racismo contra o professor da UFV. Já a Polícia Civil não quis falar sobre o fato e informou apenas que aluno será encaminhado para o presídio de Viçosa onde ficará preso.
Ainda de acordo com manifestantes o professor debochou da situação e alegou que tem 52 anos de trabalho na UFV e por isso não iria acontecer nada a ele. Tentamos entrar em contato com a Assessoria de Imprensa da UFV para um posição da instituição sobre o caso, mas nossas ligações não foram atendidas.
Já o Movimento Estudantil da UFV informou nas redes sociais que repudia mais essa ação contra a comunidade negra que está lutando para permanecer dentro e fora das universidades.