Faleceu na manhã desta segunda-feira 13, aos 58 anos o viçosense Marcelo Andrade responsável por alavancar a cultura na cidade com seus projetos desenvolvidos dentro das salas de aulas de diversas escolas de Viçosa e região, onde foi professor. E também à frente da Secretaria Municipal de Cultura entre os anos de 1993 ao ano de 2008.
Marcelo Andrade Soares nasceu no dia sete de agosto de 1958 na pequena cidade de Cajuri e aos cinco anos de idade, ganhou um cinema do seu avô paterno e até os 13 anos, Marcelo apresentava peças de teatro na escola onde estudava. Todas elas inspiradas nos livros, que ganhou de seu avô materno.
O grande nome da cultura viçosense era reconhecido nacionalmente por ser um ator, diretor de teatro e produtor cultural que atuava ao lado de grandes nomes do teatro nacional como: Regina Duarte, Marília Pêra, Vera Holtz e entre outros.
Em 1993 Marcelo Andrade assumiu o cargo de secretário de Cultura de Viçosa, na gestão do prefeito Geraldo Reis, cargo que ocupou também nos governos de Antônio Chequer, Fernando Santana e Raimundo Nonato, até o ano de 2008. Em sua gestão, marcada pelos tombamentos dos principais prédios históricos da cidade, foi criado também o Centro Experimental de Artes, que oferecia oficinas artísticas gratuitas para os alunos da rede pública de ensino. O sucesso da iniciativa foi tanto que em 2001, com apoio da empresa de telefonia TIM por meio da lei de incentivo à cultura as oficinas se espalharam por 12 cidades mineiras.
Em nota a Prefeitura de Viçosa informou que recebeu com consternação a morte de Marcelo Andrade e o prefeito Ângelo Chequer decretou Luto Oficial no Município de Viçosa, por três dias, em sinal de pesar pelo falecimento do ex-secretário, o qual soube honrar sua missão e foi exemplo de cidadania e dedicação no exercício de suas atividades.
O corpo de Marcelo Andrade será velado na Câmara Municipal de Viçosa a partir das 7h da manhã desta terça-feira 14 e o enterro está marcado para acontecer às 17h no cemitério Colina da Saudade.
Conheça a trajetória de Vida de Marcelo Andrade
Durante 18 anos de sua vida, Marcelo trabalhou como professor de Matemática e teatro em vários colégios de Viçosa e região. E, em 1993, Marcelo Andrade foi convidado para ser secretário de Cultura da cidade durante o mandato de Geraldo Reis. Em sua gestão, foi criado o Centro Experimental de Artes da Viçosa que oferecia oficinas artísticas gratuitas para os alunos da rede pública de ensino.
Marcelo Andrade também criou o projeto “Escritores Brasileiros”, que realizava eventos em todas as capitais brasileiras e contava com a presença de grandes escritores nacionais se encontraram com funcionários do Banco do Brasil, uma das instituições apoiadoras do projeto para falar um pouco sobre as suas obras e histórias de vida ao lado de atores famosos, como Regina Duarte, Marília Pêra, Vera Holtz e Eduardo Moscovis, que liam trechos dos livros comentados.
No teatro, são várias as peças produzidas e dirigidas por Marcelo, à maioria delas adaptações de obras literárias brasileiras. Em “O Grande Mentecápto” de Fernando Sabino, além de produzir e dirigir, Marcelo atuou como personagem principal, o Viramundo, durante dez anos em vários estados do país. “Hilda Furacão”, obra de Roberto Drummond, também foi dirigida e adaptada para teatro por Andrade e foi um grande sucesso em Belo Horizonte e São Paulo entre 1997 e 1999. “Capitães de Areia”, de Jorge Amado, personagem interpretado por Marcelo, também foi adaptada e dirigida pelo ator para um espetáculo de dança que visitou várias capitais do país. “A Aurora da Minha Vida”, de Naum Alves de Sousa, “Comunhão de Bens”, de Alcione Araújo “Projetos para um dia de Amor”, baseado em crônicas e poesias de Affonso Romano de Sant’’Anna, “E por falar em amor”, de Marina Colasanti, “Anarquistas Graças a Deus” e “Um Chapéu para Viagem”, de Zélia Gattai, também foram espetáculos produzidos e dirigidos por Marcelo.
“Ao relembrar essas histórias, percebo que experimentei através da arte e da leitura a modificação de milhares de vidas. Tenho certeza, que mesmo diante de todas as mudanças ocorridas na sociedade, o ato de refletir e se emocionar artisticamente transforma comunidades e é o verdadeiro alicerce para a construção de uma sociedade mais humana e justa. A arte transformou a minha vida e consequentemente a de muitos”, diz Marcelo Andrade.