ESTUDANTES DA UFV ORGANIZAM ATO CONTRA “CURA GAY”
22 de setembro de 2017

Organizações de defesa dos direitos dos homossexuais  e o  Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Viçosa organizam , para a tarde desta sexta-feira 22, um ato em protesto contra a decisão do juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, que libera a chamada "cura gay". O juiz alegou que a Resolução 01/90 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai contra a liberdade profissional dos psicólogos, ao tirar o direito de eles realizarem "reprogramação sexual" em pessoas com orientação não-heterossexuais.

O ato público "Ato de Resistência - Não há cura para o que não é doença!" tem concentração marcada para as 17h, na Praça das 4 Pilastras na entrada da UFV.

Através das redes sociais o DCE-UFV publicou uma nota, onde manifesta repudio a decisão do juiz e se mostra totalmente contrários a qualquer tipo de violência contra à comunidade LGBT, "que sofre diariamente com diversas opressões e contradições de uma sociedade extremamente conservadora em um sistema capitalista. Dados divulgados por uma ONG demonstram que a cada 25 horas morre um LGBT no Brasil, além do crescente número de violência física, psicológica, institucional e etc.", afirma a nota.

A nota afirma ainda que a medida do juiz federal ignora o processo de luta da comunidade LGBT contra o preconceito e o estigma de que orientação sexual tem cura. O  DCE-UFV diz que o juiz ignora a decisão da OMS (Organização Mundial da Saúde), que retirou em 1990 a homossexualidade da lista internacional de doenças e ignora também a medida em 1999 do Conselho Federal de Psicologia, que proíbe a patologização e o tratamento de pessoas LGBT como doentes.

A nota termina afirmando que ninguém está doente. "NÃO, você não esta doente, eu não estou doente. Você gay lésbica, bissexual ou transsexual não esta doente. Levante sua cabeça, segure sua bandeira e aperte a mão de seu companheiro ao lado, não estamos sozinhos e não vamos deixar que nosso país nos mate mais ainda. Vamos continuar nessa batalha, lutando por nossos direitos, respeito e por nossa liberdade!"