Nessa sexta-feira, a polícia da Nicarágua informou que prendeu Piersen Guiérrez Solis, de 42 anos que é suspeito de ter assassinado a estudante brasileira do sexto período de medicina Raynéia Gabrielle Lima. Segundo informações da polícia, Piersen foi encontrado com uma carabina M4, a mesma arma que foi usada contra a jovem pernambucana, de 31 anos. Anteriormente, a polícia havia dito que o crime teria sido cometido por um guarda de segurança privado, mas não fez relação com o atual suspeito.
Contudo, o reitor da Universidade Americana de Manágua (UAM), Ernesto Medina, aponta que as autoridades nicaraguenses estão encobrindo um crime cometido por paramilitares, simpatizantes do governo do presidente Daniel Ortega.
Segundo a Associação Nicaraguense pelos Direitos Humanos, 448 pessoas morreram em 100 dias de protestos contra o governo. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que tem equipes no país investigando as denúncias, acusou a polícia e grupos paramilitares de usarem força letal para reprimir os manifestantes – muitos deles jovens estudantes que ocuparam universidades e ergueram barricadas. “Atiram para matar”, disse o secretário-executivo da CIDH, entidade ligada a Organização dos Estados Americanos (OEA).
A morte de Raynéia ocorre em meio à maior onda de violência no país, desde o fim da guerra civil, em 1990. No mesmo dia em que Raynéia foi assassinada, policiais e paramilitares entraram na cidade de Jinotega – a 242 quilômetros da capital, Managua – e mataram três pessoas.
Após a morte de Raynéia, o Itamaraty divulgou um comunicado pedindo o rápido esclarecimento do crime e condenando a repressão na Nicarágua. O embaixador brasileiro em Managua foi chamado a Brasília para levantar possíveis informações sobre a morte de Raynéia.
Fonte: Agência Brasil.