SERVIDORES DA SEGURANÇA PÚBLICA AMEAÇAM GREVE EM MG
10 de dezembro de 2018

O descontentamento dos servidores veio depois do governo anunciar a redução na parcela do salário que está sendo pago escalonado.

Neste final de semana as redes sociais foram tomadas por mensagens que afirmavam que os policiais militares iriam entrar de greve nesta segunda-feira (10) em Minas Gerais.

Apesar de parecer fake news as informações tem algum fundo de verdade, isso porque os servidores da segurança pública reconheceram a possibilidade de paralisação diante do parcelamento do salários e a não previsão no pagamento do 13º.

A Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (ASPRA) emitiu uma nota no último sábado e afirmou que irão fazer o que for necessário para garantir o pagamento. Leia a nota na íntegra:

A ASPRA/PMBM vem, por meio desta nota, manifestar publicamente o repúdio da categoria dos policiais e bombeiros militares, bem como de seus pensionistas, em relação à tabela de pagamento de dezembro e à falta de previsão do pagamento do 13º salário para a categoria.

Às vésperas do Natal, os militares são surpreendidos com mais um “presente de grego”, agora ao fim do atual desgoverno de MG, que confirma o desrespeito com que a atual gestão trata a pasta da Segurança Pública e os seus profissionais.

Fomos negativamente surpreendidos com a divulgação da escala de pagamento deste mês, que nos apresentou um cenário ainda pior: a primeira parcela a ser paga, que antes era de R$ 3.000,00 passa a ser de R$ 2.000,00, e o restante do nosso salário será pago somente no fim do mês (dia 28/12). Soma-se a isso a não divulgação da data de quitação do 13º salário.

O que nos está sendo negado é um direito conquistado e também a oportunidade de celebrarmos as festas de fim de ano ao lado de nossas famílias, posto que não haverá recursos.

Sabemos que a carreira militar tem muitas peculiaridades e exige abnegação, coragem e comprometimento. Há muito defendemos a sociedade mineira com a nossa própria vida e a notícia de mais um calote do Governo de Minas Gerais foi recebida como um tapa em nossas caras.

Trata-se da reação natural de uma classe que, se por um lado garante a ordem, disciplina e até mesmo a governabilidade, por outro lado vem sendo humilhada, desrespeitada e desafiada desde o início do atual governo.

Nossos salários estão corroídos pela inflação, além de atrasados e parcelados desde o primeiro ano do desgoverno Pimentel. Nos falta efetivo, investimentos e até mesmo o nosso Instituto de Previdência está sendo destruído.

Nesse contexto, a ASPRA/PMBM e demais associações representativas da classe se reunirão para adotar medidas mais agressivas em reação à postura do governador do estado. A tropa também dará uma resposta firme e não descartamos a paralisação dos policiais e bombeiros militares até o pagamento do 13º salário.

Outra questão a ser esclarecida é que as entidades da classe estão sendo responsabilizadas pelo caos que se instaurou no estado. Ora, como podemos ser acusados de omissão se ao longo destes quatro anos organizamos diversas manifestações públicas e fizemos pressão constante? Ocorre que este governo sempre se mostrou insensível às demandas dos militares.

Por parte da ASPRA/PMBM, relembro que possuímos 50 anos de história em favor dos nossos militares. Nas últimas duas décadas o nosso trabalho de representatividade, especialmente no que tange à questão salarial, foi contínuo e importante.

O momento, mais que nunca, é de união e mobilização para continuarmos pressionando o governo a atender aos nossos pleitos. A nossa divisão só interessa a quem deseja nos enfraquecer. Como a máxima de Maquiavel: dividir para governar.

Continuamos focados na defesa de nossos direitos e prerrogativas.

Além dos militares, os servidores da Polícia Civil se reúnem nesta segunda (10) para discutir a questão.

O período natalino é um dos mais frágeis do ano, sobretudo porque várias pessoas saem as ruas para realizar as compras e desta maneira tende a crescer a ocorrência de crimes. A população está preocupada com as consequências de uma possível greve em MG.

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