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Coronavírus: o que você deve saber na hora de receber alimentos em casa
30 de março de 2020

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A pandemia da doença Covid-19 e as recomendações e decisões advindas dela têm modificando muitas rotinas. Informações como evitar aglomerações e intensificar cuidados de higiene – entre outras ações de prevenção – são lembradas diariamente pelas organizações de referência em promoção e proteção da saúde e estão fazendo com que atividades corriqueiras ganhem atenção especial. Muitas pessoas têm optado, por exemplo, pela entrega de alimentos e refeições em suas casas, e a professora do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas da UFV-Florestal Camila Villanoeva compartilha algumas dicas que devem ser consideradas neste momento.

De acordo com a pesquisadora, autoridades da área da segurança alimentar, como a Food and Drug Administration dos Estados Unidos, esclarecem que não existem evidências atuais de que a transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2) está associada aos alimentos. Até então, o comportamento do SARS-CoV-2 tem sido comparado ao dos outros tipos de vírus da mesma família, que precisam de um hospedeiro humano ou animal para se multiplicarem. Porém, Camila destaca que é possível ser infectado ao tocar com as mãos superfícies ou objetos contaminados, como as embalagens, e, em seguida, tocar também boca, nariz ou olhos. Vale ressaltar que a transmissão do novo coronavírus acontece, principalmente, de uma pessoa para outra, por meio de secreções respiratórias e gotículas de saliva, e é importante atentar para os riscos dos contatos nos momentos de entrega e pagamento dos serviços.

A precaução, portanto, é com as mãos, superfícies e objetos que podem estar contaminados e a indicação é que tudo seja lavado com água e sabão e sanitizado. Isto vale para os espaços domésticos e dos estabelecimentos que atendem aos pedidos de entregas: “os funcionários devem praticar a higienização frequente das mãos e a troca de luvas antes e depois de preparar a comida. Deve-se incluir, também, a higienização frequente dos ambientes, equipamentos e utensílios”, explica a professora.

As concentrações dos sanitizantes divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como a pesquisadora conta, são as seguintes:

  • Álcool etílico (de concentração igual a 70%, indicada no rótulo do produto) para desinfetar mãos e pequenas áreas e objetos, como equipamentos.
  • Hipoclorito de sódio 0,5% para desinfetar superfícies, quando há casos suspeitos ou confirmados da doença no ambiente – equivalente a um copo do tipo americano de água sanitária (de concentração igual a 2%, indicada no rótulo do produto) diluído em três copos, também do tipo americano, de água.

O vírus e as altas e baixas temperaturas

Camila esclarece que, ainda segundo a OMS, existem pesquisas em curso para avaliar a viabilidade e o tempo de sobrevivência do SARS-CoV-2 – dependendo de combinações de parâmetros como temperatura, umidade e luz. De uma maneira geral, a família viral dos coronavírus permanece estável em baixas temperaturas, mas é termolábil, o que significa que é suscetível a temperaturas de cozimento acima dos 70°C. “Por conseguinte, como regra geral, o consumo de produtos crus ou mal cozidos deve ser evitado”.

Independentemente da pandemia da Covid-19, a professora afirma que a higienização e as boas práticas de fabricação dos alimentos impedem a disseminação da doença. “As cinco principais dicas são: manter a higienização; cozinhar bem; separar alimentos crus e cozidos; manter os alimentos em temperaturas seguras e utilizar água potável e matérias-primas seguras”.

Por UFV