Com a aproximação do pico de contaminação do coronavírus no Brasil, o Sistema Único de Saúde se prepara para receber possíveis casos graves da Covid-19. Em Viçosa, a Prefeitura já investiu R$ 1,5 milhão de reais para equipar o SUS e executar o Plano de Contingência. O documento, elaborado pela Secretaria de Saúde seguindo diretrizes nacionais, foi implantado desde o dia 21 de fevereiro, 19 dias antes da Organização Mundial de Saúde declarar a pandemia do vírus.
A primeira etapa consistiu na adoção de medidas de quarentena e fechamento de comércios e escolas, para diminuir as aglomerações. Na segunda etapa, foram instaladas as barreiras sanitárias nos acessos à cidade para evitar que pessoas contaminadas viessem para Viçosa e promover a quarentena de casos suspeitos. Confira a seguir as novas medidas adotadas pela prefeitura:
Centro de Referência para agravos respiratórios
A Unidade de Atendimento Especializado em Saúde (UAES) vai se transformar em um Centro de Referência para agravos respiratórios, para receber todas as pessoas que apresentarem sintomas de síndromes gripais. A ideia é concentrar o fluxo dos pacientes com possíveis casos suspeitos de Covid-19 para evitar a contaminação nos hospitais, UBS’s e demais serviços especializados de saúde do município, que possuem pacientes no grupo de risco.
O espaço se assemelha aos hospitais de campanha montados em várias cidades do país e vai ficar aberto todos os dias da semana, de 7h às 19h. Serão montados 2 consultórios externos de triagem, além de consultórios internos, salas de observação e internação. O atendimento aos pacientes fica por conta de médicos e servidores da saúde da UFV e agentes da atenção básica da Prefeitura.
58 leitos na rede hospitalar
Os hospitais de Viçosa vão ampliar o número de leitos para receber possíveis pacientes contaminados. No Hospital São João Batista, já definido com referência para o tratamento de Covid-19, serão 15 leitos na “Nova UTI Corona” para adultos, e mais 12 leitos em uma ala isolada.
No Hospital São Sebastião, que também foi autorizado a receber pacientes infectados, serão 15 leitos em ala isolada (a antiga enfermaria masculina), além de 6 leitos para gestantes e 10 leitos exclusivos para pediatria, para pacientes de Viçosa e região.
A prefeitura e os planos de saúde que prestam serviços em Viçosa já efetuaram o repasse fixo do mês de abril para os hospitais, sem descontos de valores, para garantir o funcionamento das unidades.
Empréstimos de respiradores
Ao contrário de outras doenças fatais transmitidas por vírus, a Covid-19 ainda não possui vacina. A melhor forma de recuperação de pacientes é por meio do aparelho respirador. A prefeitura investiu R$ 800 mil na compra de novos aparelhos, e vai contar com aportes de recursos dos planos de saúde que atuam em Viçosa: Agros, Plamhuv e Unimed, com doação de R$ 1 milhão cada.
Atualmente, a equipe médica tem à disposição 19 aparelhos: 6 vieram do Hospital Veterinário da UFV, 3 foram emprestados pelo Agros, 1 pelo CPT e 2 pela clínica do Dr. Renato Paiva Del Giudice. A prefeitura comprou 5 equipamentos para o SUS.
O Ministério da Saúde ainda não repassou insumos hospitalares, recursos e equipamentos para aparelhar o SUS em Viçosa. A alternativa, para evitar que pacientes fiquem sem tratamento adequado, é recorrer para cessões de empresas, clínicas e pessoas dispostas a contribuir.
Aquisição de testes rápidos e medicamentos
Mais de R$ 200 mil foram empenhados na compra de testes rápidos, que identificam a doença em aproximadamente 10 minutos. A Fundação Ezequiel Dias (Funed), vinculada à Secretaria Estadual de Saúde confirmou na quinta-feira (2) que cinco laboratórios da UFV também estarão aptos a fazer cerca de 200 testes por dia, com previsão de resultado em até 48 horas.
A Universidade já adotou medidas para equipar hospitais e laboratórios, com produção de álcool e equipamentos de proteção individual nos laboratórios da instituição. Desde o dia 19 de março, a prefeitura requisitou nas farmácias da cidade insumos hospitalares (máscaras e álcool em gel) e o medicamento cloroquina para possível uso nos pacientes infectados.
A Secretaria de Saúde reforça que pessoas com sintomas de agravos respiratórios, como gripe, por exemplo, não devem procurar os hospitais ou unidades de saúde dos bairros. O procedimento é entrar em contato com o teleatendimento, relatar os sintomas para receber as recomendações adequadas.