Comitê Extraordinário da COVID-19 suspende protocolos da onda amarela em Viçosa, Ponte Nova e Abre Campo
26 de junho de 2020

Da Agência Minas

O Comitê Extraordinário da Covid-19, que se reúne semanalmente para avaliar o avanço da pandemia do coronavírus no Estado, suspendeu, na macrorregião de Saúde Leste do Sul, que inclui cidades como Viçosa, Ponte Nova, Abre Campo, os protocolos da onda amarela do plano Minas Consciente, criado para promover a retomada econômica gradual. Deverão ser fechados temporariamente estabelecimentos como papelarias, salões de beleza e lojas de roupas.

A orientação do grupo técnico é que a macrorregião Leste do Sul volte para a onda branca, unindo-se às regiões Norte e Sul, que têm uma taxa de ocupação de leitos controlada até o momento. Já as outras 11 macrorregiões de Saúde do Estado deverão seguir os protocolos da onda verde, abrindo somente os serviços essenciais, como padarias, farmácias e supermercados.

Além da região Centro-Sul, que voltou à onda verde após aumento no número de casos, as regiões Centro, Noroeste,  Nordeste, Jequitinhonha, Leste, Vale do Aço, Sudeste, Oeste, Triângulo do Sul e Triângulo do Norte não apresentaram índices favoráveis para a retomada de novos setores econômicos.

Medidas de prevenção

A medida pretende preservar a saúde da população, já que Minas Gerais apresentou aumento expressivo no número de casos da doença na última semana. O governador Romeu Zema ressaltou a importância de manter as medidas de prevenção, como o isolamento social e o uso de máscara, para desacelerar a disseminação do vírus.

“Precisamos ter em mente que ainda não vencemos o jogo – ainda devemos estar em 20 minutos do primeiro tempo. Isso vai demandar paciência e comprometimento da população. Um Estado sozinho não consegue fazer tudo. Mas, se as pessoas estiverem fazendo churrasco, saindo de casa desnecessariamente e reduzindo o uso de máscara e a higiene das mãos, não teremos como conter o avanço dessa pandemia. Peço a todos que participem desse esforço”, pediu.

Avaliação

Zema também salientou que algumas cidades mineiras já decretaram o lockdown, quando o distanciamento social se torna obrigatório e as medidas de abertura são mais rígidas até mesmo para os serviços essenciais. Ele também destacou que existe a possibilidade de o Executivo estadual adotar a medida nas macrorregiões que apresentarem uma taxa de ocupação hospitalar considerada crítica (veja aqui).

“Provavelmente, não decretaremos lockdown em todo o estado, pois Minas possui um território muito amplo e precisamos avaliar a situação de cada região. Mas não descartamos a possibilidade de fechar as regiões que estiverem mais críticas. É uma medida extrema, mas que pode ser necessária para preservar a saúde de todos os mineiros”, disse.

Todas as mudanças passarão a valer a partir do próximo sábado (27), com a publicação no Diário Oficial do Estado.

O que é lockdown?

De acordo com Arthur Chioro, médico sanitarista e ex-Ministro da Saúde (2014-2015), o lockdown seria uma graduação mais intensiva do processo de isolamento. “É quando você toma, dada a gravidade da situação por alguma doença fora de controle, uma medida rígida para buscar o maior grau de isolamento social possível. Dessa forma, somente os serviços essenciais são preservados. Todo o resto é fechado, e restringe-se também a circulação de pessoas”, explicou ao BHAZ na segunda-feira (22).

De acordo com o ConJur, no lockdown, há uma limitação de alguns direitos básicos, especialmente de ir e vir e reuniões. Por isso, há quem questione se a medida não é inconstitucional. A Constituição só permite a restrição desses direitos fundamentais pelos estados de defesa ou de sítio e, até o momento, não foram declarados, somente o de calamidade pública.

O especialista ainda explica que o lockdown dura, geralmente, um mês. “É preciso que as pessoas fiquem em casa por um período suficiente para se interromper a cadeia de transmissão. Ou que a taxa fique abaixo de 1, ou seja, que um paciente passe a transmitir para menos de uma pessoa”.

O infectologista Leandro Curi disse que, desde o diagnóstico, a pessoa passa por um período de incubação de 2 a 14 dias e depois pode transmitir por mais 14. “Em uma matemática simples, podemos perceber que é realmente necessário pelo menos um mês de lockdown para que apresente resultados eficazes”, contou ao BHAZ.

Minas Consciente

Elaborado pelo governo estadual, o programa Minas Consciente setoriza as atividades econômicas em quatro “ondas” (Onda Verde – serviços essenciais; Onda Branca – baixo risco; Onda Amarela – médio risco; Onda Vermelha – alto risco), a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença.

Nota do Governo de Minas na íntegra:

“A secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclarece que o lockdown é uma alternativa, caso seja identificado algum descontrole na transmissão da doença. A SES-MG avalia todas as medidas preventivas e legais, os protocolos para a eventualidade de lockdown já foram delineados e agora passam por ajustes.

Reforçamos, ainda, que o Governo de Minas está em constante diálogo com os gestores municipais, no sentido de acompanhar e orientar sobre as regiões em que há aumento da taxa de transmissão e redução do isolamento. Além disso, foram emitidas deliberações do Comitê Extraordinário com orientações sobre medidas restritivas, baseadas em critérios epidemiológicos e evidências científicas, às regiões do Estado. O acompanhamento é diário e, por meio do Minas Consciente, o município utiliza sua autonomia municipal para a tomada de decisões corretas e de forma consciente, mantendo o isolamento no enfrentamento da pandemia”.

Fonte: Bhaz.

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