Madalena aparece linda e de cabelos longos. Veja como ela está
8 de fevereiro de 2021

Após pouco mais de um mês de ter sido resgatada de uma situação de escravidão após 38 anos, em Patos de Minas/MG , Madalena apareceu linda e de cabelos longos recentemente em um ensaio fotográfico. As fotos têm sido registradas pelo perfil 'Expondo Caso Escravo', no Instagram, e publicadas em seu próprio perfil pessoal.

Madalena, de cabelos longos e sorridentes após 38 anos de escravidão. (Foto: Reprodução / Instagram @expondocasoescravo)

Durante o período em que viveu em situações deploráveis, Madalena foi obrigada a raspar os cabelos e a viver com pouquíssimos pertences. Por outro lado, agora ela tem cabelo longos e vive com um sorriso no rosto. Aos poucos, ela vai saboreando o que é ser uma mulher livre e fazendo tudo que foi privada por quase quatro décadas.

O caso

Madalena Gordiano passou os últimos 38 anos sem poder comandar a própria vida, trabalhando em condições escravas, sem receber salário, não ter direitos e vivendo reclusa sob a vigilância dos patrões. Felizmente, no dia 27 de novembro ela foi resgatada por auditores fiscais do trabalho e pela Polícia Federal em um apartamento no Centro de Patos de Minas. Sua irmã gêmea também viveu condições parecidas em São Miguel do Anta/MG.

Segundo o auditor fiscal, Humberto Camasmie, o quarto era bem pequeno. Tinha menos de 3 metros de comprimento por 2 metros de largura, não tinha janelas ou qualquer tipo de ventilação. De acordo com os auditores, Madalena vivia em condições análoga à escravidão, pois não possuía registro em carteira, salário mínimo garantido, férias e não tinha descanso semanal remunerado.

Aos oito anos de idade, Madalena havia batido na casa de uma família em São Miguel do Anta para pedir comida e acabou sendo chamada para morar com eles. A dona da casa era uma professora e se ofereceu para adotá-la. Nesse sentido, sem condições para criar os nove filhos, a mãe de Madalena concordou, mas a adoção nunca foi formalizada.

Após isso, Madalena conta que mal chegou na casa nova e já foi retirada da escola. Além disso, conta também que cresceu ajudando a cuidar da casa e dos filhos dos donos da residência.

Depois de 24 anos de trabalho escravo, ela disse que foi rejeitada e então a solução encontrada foi dar Madalena ao filho da dona da casa, que também é professor e trabalha em uma universidade de Patos de Minas. Entretanto, na nova casa, nada mudou. Isso porque, trabalho de domingo a domingo, sem salário e com jornadas que começavam antes do amanhecer.

Em depoimento, o professor de universidade afirmou que Madalena se recusou a ocupar um quarto maior no apartamento. Além disso, afirmou que foi ela quem quis parar de estudar e que ele não a incentivava a continuar com os estudos porquê não acreditava que ela se beneficiaria. Disse também que não a considerava uma empregada e que ela se sentia parte da família.

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