Representantes da missão da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estão na China para descobrir as origens do novo coronavírus disseram, nesta terça-feira, que o vírus pode ter circulado em outro lugar antes de Wuhan, cidade chinesa onde foi detectado pela primeira vez.
Vale lembrar que cientistas já acharam vestígios do vírus em locais como esgotos da Europa, e também no Brasil, meses antes da pandemia começar. O que reforça a teoria de que o vírus pode não ter "surgido" na China.
A entidade também disse que a hipótese de que o vírus tenha sido vazado em um acidente de laboratório é "extremamente improvável" e que essa possibilidade não está entre as que a organização sugere para estudos futuros.
A equipe da entidade chegou a Wuhan em 14 de janeiro. Após duas semanas de quarentena, os integrantes visitaram locais incluindo o mercado de frutos do mar de Huanan – origem do primeiro grupo conhecido de infecções – e o Instituto de Virologia de Wuhan, que esteve envolvido em pesquisas do coronavírus.
Por outro lado, mesmo com a suspeita de circulação em outro lugar, o chefe da equipe chinesa da organização disse que não há evidências de que o vírus estivesse circulando antes de dezembro de 2019, quando os primeiros casos de Covid no mundo foram relatados.
O especialista em vírus Peter Ben Embarek, que participou da missão da OMS, afirmou que a apuração revelou novas informações, mas não mudou "dramaticamente" o cenário da pandemia. Ele explicou que a entidade trabalhou com quatro hipóteses ao começar a investigação da origem do vírus:
Membros da equipe vinham procurando conter as expectativas sobre a missão. Na semana passada, o zoólogo Peter Daszak disse à Reuters que um de seus objetivos era "identificar os próximos passos para preencher as lacunas". Outro integrante, o especialista em doenças infecciosas Dominic Dwyer, disse que provavelmente levaria anos para entender completamente as origens do Sars-CoV-2.
Fonte: G1