Minas Gerais tem 10 vacinas contra a Covid-19 em pesquisa nas universidades; UFV está entre elas
10 de fevereiro de 2021

A corrida contra a Covid-19 tem ao menos 10 vacinas concorrentes em Minas Gerais, desenvolvidas em três universidades: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

De todas essas vacinas, ao menos duas candidatas já estão próximos dos testes em humanos e prometem benefícios que extrapolam o enfrentamento da pandemia, como o domínio de tecnologias úteis no entendimento e no combate a doenças diversas.

No entanto, a má notícia é que os projetos não dependem apenas de esforço dos pesquisadores. Para se ter ideia, alguns trabalhos podem ser paralisados caso não recebam novos repasses de verba dentro de dois meses. Além disso, os cientistas também temem que a burocracia atrelada à liberação de recursos e à importação de insumos atrase o desenvolvimento das vacinas nacionais.

Vale lembrar que a produção de vacinas no território brasileiro é fundamental para que o país dê conta de controlar as possíveis futuras mutações do novo coronavírus no país.

No Centro Tecnológico de Vacinas da UFMG (CT-Vacinas), onde há cinco experimentos em andamento, três já estão próximos de concluir os testes em camundongos. Segundo o imunologista e coordenador dos pesquisadores do centro, Ricardo Gazzinelli, o dinheiro para a próxima etapa, que corresponde à 'fase' 1 dos ensaios com humanos, ainda não foi liberado.

"Se o recurso não aparecer em um ou dois meses, os estudos podem parar. Estamos preocupados. Fizemos articulações que parecem promissoras para levantar o dinheiro, mas ainda há incertezas quanto a isso", afirma Gazzinelli. 

Acordo com o governo federal

Desde quinta-feira (5/02), o professor está um pouco mais otimista. Na ocasião, ele foi à Brasília acompanhado da reitora da UFMG, Sandra Goulart, e do vice-governador, Paulo Brant. O grupo se reuniu com o Ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, para celebrar uma parceria entre o governo federal, o governo de Minas e a universidade.

A expectativa é de que o acordo viabilize investimentos de R$ 40 milhões, necessários para a dar prosseguimentos às primeiras testagens em humanos. O recurso, no entanto, ainda não tem data para ser liberado.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) perdeu R$ 100 milhões do orçamento em cinco anos. (Foto: Marcílio Lana/UFMG/Divulgação)

O futuro das pesquisas realizadas na UFMG, de todo modo, continua preocupando a instituição que, em cinco anos, perdeu R$ 100 milhões do orçamento, R$ 60 milhões a menos só em 2021. Os aportes, com isso, voltaram aos patamares de 2008, conforme números divulgados pela instituição.
Em âmbito nacional, as perspectivas também não são animadoras. O orçamento total previsto para o MCTI em 2021 é de R$ 10,4 bilhões, e apenas R$ 2,8 bilhões desse valor estarão disponíveis para investimentos em pesquisa. A redução é de 33% em relação a 2020, quando havia R$ 4,2 bilhões para o setor. A comparação foi feita pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com base em dados da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020 e do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021.
Fonte: Estado de Minas

 

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