Nesta terça-feira (09), Denis Lourenço, presidente da Associação de Bares e Restaurantes de Viçosa, e Júlio Cotta, secretário de Saúde do município, concederam uma entrevista ao Jornal da Montanhesa. O assunto era o novo decreto, que estabelece medidas mais restritivas na cidade por conta da pandemia da Covid-10.
Para o presidente da Abrasel, o setor de bares e restaurantes estava, mais uma vez, sendo punido com as restrições, pois o grupo é o mais atingido. No entanto, segundo ele, agora a Associação está correndo trás de soluções para o setor.
"Entendemos a situação, acompanhamos de perto e sabemos que a qualquer momento podemos mudar para a Onda Roxa, mas o setor vem buscando soluções para, pelo menos, conseguir trabalhar para sobreviver.", disse o presidente.
Denis ainda ressaltou que o setores de bares e restaurantes é um dos que mais teve fechamentos e demissões desde o início da pandemia, e que eles sempre são os primeiros a fechar e os últimos a abrir. Além disso, ele diz não acreditar que haja comprovação de que este setor seja local de proliferação da doença.
"De todas as normas impostas, apenas foi exigido ao setor de bares e restaurantes. Nosso setor, hoje, é muito seguro para se frequentar. Atendemos a todas as exigências. Não acreditamos que é o maior lugar de proliferação.", afirmou.
Já em relação a mudança repentina de posicionamento da Prefeitura em relação a aderir ou não a 'Onda Roxa' do Minas Consciente, ele disse que houve uma grande confusão da reunião de sexta (06) para a de ontem (08). E que até mesmo o programa do Minas Consciente estava confuso, alternando informações a todo instante.
Ele ainda finalizou, pontuando que as restrições não foram discutidas dentro do COES, que é o órgão que sugere medidas ao Prefeito. Nesse sentido, segundo ele, elas foram tomadas apenas entre os secretários e o Prefeito.
Após as falas do presidente da Abrasel, o secretário de Saúde do município, Júlio Cotta, também deu sua palavra ao Jornal. Ele confirmou que o setor de bares e restaurantes é realmente muito afetado. Mas disse que esse é o momento de "apertarmos o cinto".
De acordo com ele, na reunião de ontem, foi feito o pedido de abertura de mais leitos de UTI. Mas, o fundamental não é isso.
"Ninguém vai querer ir para a UTI com essa gravidade da doença. Então tudo que vamos fazer é para evitar que esse vírus siga se proliferando.", disse o secretário.
Além disso, Júlio Cotta confirmou que o município está avançando com a questão da vacina. Para ele, a expectativa é de que até o final da semana sejam vacinadas todas as pessoas com 80 anos. Com isso, a partir da semana que vem, a ideia é começar a vacinar as pessoas com 79.
"Talvez, até o fim do mês, poderemos ter essa cobertura de todos os idosos acima de 60 anos vacinados.", completou.
Mas, ele reafirma que, paralelamente a isso, é preciso realizar as medidas preventivas. Ele ainda afirmou que se fosse possível fazer um decreto sem restringir nada, só conscientizando as pessoas, eles fariam. Mas, infelizmente, há pessoas que não acreditam na gravidade da doença.