De fácil acesso e leitura, o material reúne as principais orientações e depoimentos originados nos debates da Série Taliberta de Violência Doméstica, transmitida em 2020 nos canais digitais do Instituto, depois que os índices de feminicídio cresceram 22% por causa do isolamento social imposto pela pandemia. "A iniciativa é uma das formas de manter o legado da minha filha, Camila Taliberti, advogada e ativista no tema, que junto com meu filho, Luiz Taliberti, foram mortos no rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019", explica a presidente do ICLT, Helena Taliberti.
"Toda violência contra a mulher acontece dentro de um relacionamento abusivo. Esse tipo de relacionamento tem três características básicas: controle excessivo, isolamento e ciúmes exacerbado", explica Nathalie Malveiro, Promotora de Justiça.
Segundo Helena Taliberti, muitas pessoas não relatam a situação que sofrem, pois tem medo, em alguns casos se sentem envergonhadas e com receio de serem julgadas. "Por isso, o nosso objetivo é ajudar quem passa ou já passou por esta situação, além de divulgar a rede de apoio e os canais de proteção e atendimento".
A advogada Gabriella Nicaretta, vítima de violência doméstica, declara que a denúncia só acontece quando a mulher está pronta para fazê-la. "Eu não tinha preparação psicológica para passar por uma delegacia ou denúncia no primeiro momento. A melhor coisa a fazer para apoiar é conversar com a vítima, sem julgamentos, e se colocar à disposição para ajudar no momento que a mulher estiver preparada".
"É preciso falar desse tema com jovens e adolescentes, para que elas consigam identificar um relacionamento abusivo e descobrir a força da mulher para lidar com essa situação, evitando esses padrões ao longo de toda a vida. Esse debate também permite que as mulheres possam questionar papéis vistos como tradicionais pela sociedade e, assim, levar essa reflexão para além do individual", ressalta Marilia Taufic, jornalista e idealizadora do App PenhaS.
"Uma das coisas que mais me chamaram atenção durante a Série Taliberta é a responsabilidade que nós mães temos na educação de nossos filhos homens, quando foi enfatizado a importância de ensinarmos aos meninos a ouvir e respeitar o não. Ou seja, não é não!", diz Helena Taliberti.
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