O Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG) informou, neste domingo (31), que os tanqueiros não vão aderir à greve dos caminhoneiros, programada para essa segunda-feira, dia 01 de novembro. Os caminhoneiros autônomos reivindicam a redução do preço do óleo diesel, que em 2021 já acumula uma alta de 65,3% nas refinarias, e a constitucionalidade do piso do frete.
De acordo com o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes, após várias reuniões com os transportadores de combustíveis, a categoria entendeu que esse não é o momento ideal para a realização de uma greve geral dos transportadores no país.
“Entendemos que isso trará um prejuízo muito grande para o Brasil, que está tentando sair de uma situação já difícil. Compreendemos que todo o transporte de cargas tem passado por problemas e dificuldades, sejam os autônomos, micro e pequenas empresas, empresas de médio e de grande porte. Todos vêm atravessando um momento muito complicado. A alta dos combustíveis tem afetado não somente as empresas, mas a todos os brasileiros. Sabemos que a economia do país não está sadia, mas entendemos que, se nesse momento tivermos uma paralisação nacional, isso trará prejuízos muito grandes para o país. Principalmente para os mais necessitados e mais carentes”, justificou.
Irani ainda ressaltou que a categoria dos tanqueiros é solidária aos caminhoneiros autônomos, cooperativas e associações, pois pertencem ao mesmo ramo de atividade. Mas, nesse momento em que, segundo ele, o governo luta para tirar o país do buraco, uma greve nacional certamente não é uma boa opção.
“As portas do governo estão abertas para dialogarmos, nos expressarmos, como ocorreu essa semana, em que tivemos a oportunidade de nos reunirmos no Ministério da Infraestrutura. Se quiserem contar comigo, estou à disposição para ir a qualquer instância governamental para ajudar, somar forças. Juntos, somos mais fortes e podemos alcançar êxitos”, finalizou.
A greve dos caminhoneiros autônomos conta o apoio de entidades como o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTLL) e a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
De acordo com o presidente Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, a greve está mantida. “Estou aqui em São Paulo buscando apoio com todos os outros seguimentos para fortalecer a nossa luta e para que o governo tenha sensibilidade de retire o PPI, Preço de Paridade de Importação, (praticado pela Petrobras). Peço o apoio a todos os nossos irmãos caminhoneiros, pois a partir de amanhã (01) vamos cruzar os braços”, disse.
O Preço de Paridade de Importação (PPI), praticado pela Petrobras nos combustíveis, é uma das reivindicações dos caminhoneiros ao governo federal. Adotada durante o governo de Michel Temer (MDB), essa política faz com que os valores de venda dos combustíveis sigam o mercado internacional e variação do dólar. Dessa forma, quando o preço do barril de petróleo sobe no exterior, ele contribui para a alta dos combustíveis no país.
Fonte: O TEMPO