Com risco de desabamento iminente, Drogaria Araújo é oficialmente interditada
16 de dezembro de 2021

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A Drogaria Araújo foi, oficialmente, interditada pela Prefeitura de Viçosa. De acordo com a PMV, o local já estava fechado à pedido da Defesa Civil municipal desde que as chuvas da noite do último domingo (12) e segunda (13) abriram crateras na Praça Mário Del Giudice, colocando em risco a vida dos trabalhadores.

No entanto, a interdição oficial pela fiscalização de posturas da Secretaria de Fazenda foi necessária. Isso porque, mesmo com o pedido da Defesa Civil, a empresa realizava uma reforma dentro da loja sem autorização da Prefeitura.

Em contato com a nossa equipe de reportagem, a Prefeitura de Viçosa afirmou que a interdição ocorre por precaução. Isso porque, de acordo com o órgão municipal, a estrutura do local está completamente comprometida e há muita água por baixo do piso. Por isso, o risco de desabamento é iminente.

Vale lembrar ainda, que entre o último dia 13 e 14, uma rachadura apareceu no lado de fora da Drogaria Araújo, o que ligou ainda mais o alerta para possíveis desabamentos do estabelecimento.

Obras no local

Desde a última segunda-feira, agentes da Secretaria de Obras estão na Praça realizando trabalhos para localizarem a manilha que está interditada e impossibilitando a vazão total do Córrego da Conceição.

Na manhã da última quarta-feira (15), a Defesa Civil regional, municipal e a Prefeitura de Viçosa se reuniram e decidiram pela instauração de um gabinete de crise na cidade para tratar dos problemas gerados na região. À nossa equipe de jornalismo, o agente Regional da Defesa Civil, Jerônimo Damião dos Santos da 4ª RPM, afirmou que a situação é mais séria do que o imaginado. Segundo ele, os moradores e trabalhadores do local estão correndo risco de morte por possíveis novos desabamentos.

“Chegamos a conclusão que precisamos salvar vidas e não vamos medir esforços para isso”, afirmou o agente Regional da Defesa Civil.

Comércio e imóveis fechados

Os comércios e residências da região da Praça Mário Del Giudice foram interditadas, no centro de Viçosa, por conta das obras no local. Por isso, na manhã desta quinta-feira (16), os proprietários de imóveis e comércios que foram interditados estão reunidos para protestarem e decidirem o que irão fazer para reverter a situação. Informações apuradas por nossa reportagem no local dão conta de que a tarde deve acontecer uma reunião entre representantes e a prefeitura.

Mudanças no trânsito

Por causa das obras, o trânsito do local também foi totalmente alterado.

  • O veículo procedente da avenida Bueno Brandão está sendo direcionado para a rua Sílvio Romeu, seguindo pela rua Alberto Pacheco. Este trajeto também dá acesso à avenida Santa Rita, UFV e aos bairros Ramos e Fátima, por exemplo.
  • Foi necessária a inversão da mão de direção na rua Dr. Horta, para receber o fluxo de veículos da rua José Braz da Costa Val e da praça Maestro Hervé Cordovil (linha férrea, parte baixa da avenida Bueno Brandão).
  • O motorista que desce da avenida Santa Rita para a avenida Bueno Brandão está sendo direcionado para a rua Vereador José da Cruz Reis.

Pontos de ônibus

Haverá alterações nos pontos de ônibus, para embarque e desembarque de passageiros:

1) O ponto de ônibus que estava localizado na Praça Mário del Giudice (próximo a Lotérica) foi realocado para a avenida Bueno Brandão, 356.

2) O ponto de ônibus que estava localizado na avenida Bueno Brandão, 543 (próximo aos Correios), foi realocado para as praças Cristóvão Lopes de Carvalho e do Rosário.

3) O ponto de ônibus da praça Maestro Hervé Cordovil será realocado para a rua Benedito Valadares, 147.

Interdição em 2014

O jornal Folha da Mara relembrou de uma interdição no mesmo local, em 2014, por conta do mesmo problema. Interditado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, em 22 de setembro de 2014, o imóvel onde funcionava o famoso Moreira's Bar apresentava rachaduras e trincas em suas paredes e afundamentos nos pisos de todas as lojas.

A causa do problema teria sido a movimentação do solo, que é muito arenoso naquela área, originalmente um aterro, provocado, talvez, pela passagem de um interceptor de esgoto em uma obra realizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

À época os engenheiros do Iplam mostraram-se preocupados com a situação de uma tubulação que passa sob a praça, a cerca de 10 metros de profundidade, que apresentava sinais de rompimento.

Também na ocasião da interdição, foi solicitado que a Prefeitura contratasse uma empresa de engenharia especializada em sondagem para realizar o diagnóstico da real situação da tubulação e de todo o conjunto do subsolo da área da edificação e seu entorno.

Passados dois anos e quatro meses da interdição do imóvel, foi feita a liberação para a reforma.