Nas últimas semanas, diversas pessoas têm relatado que tiveram suas contas hackeadas no Instagram por golpistas que anunciavam a venda de produtos. Entre inúmeros anúncios, os de celulares, televisões e outros eletrodomésticos chamavam a atenção dos seguidores da conta original, que se interessavam pela compra. No entanto, após a realização do pagamento, não recebiam o produto e só então percebiam que haviam sido vítimas de um golpe.
De acordo com o inspetor da Polícia Civil de Viçosa, Wilson Gurgel, primordialmente, é necessário que a pessoa que irá comprar alguma coisa através de redes sociais se certifique, de algum modo, que realmente está conversando com a pessoa daquela conta.
Além disso, ela diz também para os compradores ficarem atentos ao preço pedido por determinado produto e pelo modo em que o suposto vendedor irá conduzir a negociação.
"A pessoa tem que avaliar o preço de mercado. Normalmente o golpista vai pedir um valor menor do que o pedido no mercado e vai afirmar que tem muita gente interessada no produto, induzindo o comprador a realizar o pagamento", afirmou Gurgel.
Ainda segundo o inspetor, caso a pessoa perceba que se trata de um golpe, ela deve bloquear aquela conta e entrar em contato com a polícia, pois se trata de uma vítima de um tipo de estelionato.
A pena para esse tipo de crime no Brasil varia de um a cinco anos de reclusão e pagamento de uma multa. No entanto, no país, se trata de um crime de menor potencial ofensivo e, portanto, normalmente as penas são mais brandas.
Nossa reportagem se passou por um possível comprador de uma conta que havia sido hackeada, e mostra como é ação dos golpistas.
Inicialmente, o golpista divulga produtos com preço muito abaixo do mercado e apresenta as opções de pagamento. Ele se passa por uma pessoa séria, dando várias opções de pagamento, incluindo o parcelamento da compra através de bancos online. No entanto, desde o início afirma não ter máquina de cartão, o que evita um pagamento presencialmente.
Após isso, assim como afirmou o inspetor da Polícia Civil de Viçosa Wilson Gurgel, o golpista tenta induzir com que a pessoa faça o pagamento o quanto antes, afirmando que há pessoas interessadas no produto e pedindo algum "sinal" por parte da vítima.
Além disso, o suposto vendedor tenta passar credibilidade ao mandar fotos do produto, com itens originais, e uma nota fiscal demonstrando a compra do aparelho. Após isso, ele insiste para que o pagamento seja feito o quanto antes, como uma forma de compensação, e volta a dizer que há pessoas interessadas no produto em questão que já sinalizaram com o pagamento.
Após perceber que não conseguirá aplicar o golpe, a negociação entre estelionatário e vítima termina.
A equipe do Primeiro a Saber e da Rádio Montanhesa alerta para este tipos de negociação e corrobora com as palavras do inspetor Wilson Gurgel. Em caso de qualquer suspeita, acione a Polícia. Nossa equipe afirma, ainda, que a conta divulgada nos prints foi hackeada, o dono dela tem ciência dos fatos e já registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso.