Uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Imunovirologia Molecular (LIVM) da UFV desenvolveu um produto usando vírus especializados em infectar bactérias que causam corrosão em metais. Essa tecnologia de preparo de composições de bacteriófagos deverá ser utilizada para evitar danos em plataformas de petróleo. O processo de produção foi patenteado e recebeu o Prêmio Inventor 2021 da Petrobras, concedido anualmente pela empresa aos seus inventores e aos pesquisadores das instituições parceiras pelo desenvolvimento de soluções inovadoras.
As pesquisas que resultaram no processo de produção do bacteriófago foram coordenadas pelo professor Sérgio Oliveira de Paula, do Departamento de Biologia Geral, em conjunto com os pesquisadores Roberto de Sousa Dias e Maíra Paula de Sousa, alunos da pós-graduação. A parceria do LIVM com o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), a unidade da Petrobras responsável pelas atividades científicas da empresa, já existe há 10 anos e, segundo o professor Sérgio, tem contribuído muito para a formação de pesquisadores especializados em virologia ambiental.
O produto patenteado é um coquetel fágico contendo vírus que destroem especificamente bactérias redutoras de sulfato (BRS). Elas enferrujam e causam oxidação, provocando entupimentos e furos em tubulações de equipamentos e plataformas de petróleo. Além dos danos financeiros, os vazamentos causam sérios danos ambientais. Os microrganismos também produzem gases explosivos e tóxicos para os trabalhadores que lidam com os equipamentos oxidados. O coquetel poderá ser utilizado para prevenir ou tratar áreas afetadas pelas bactérias.
“A patente do processo para o controle microbiológico pertence à UFV e à Petrobras. O conhecimento que acumulamos com esta técnica também pode gerar novos produtos para as áreas médica e veterinária, visando ao controle de bactérias multirresistentes, que são agentes que possuem a capacidade de resistir aos efeitos de um antibiótico”, disse o professor Sérgio de Paula. Ainda segundo ele, já há empresas interessadas no licenciamento desta tecnologia nacional, permitindo a geração de divisas, tanto para a Universidade quanto para o país.
Fonte: UFV