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Tentativas de golpes pelas redes sociais crescem na região; viçosense perde mais de R$ 17 mil
10 de fevereiro de 2022

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As tentativas de golpes através das redes sociais seguem acontecendo em Viçosa. No último mês, nossa equipe alertou sobre um golpe utilizando o Instagram, em que os estelionatários hackeavam contas e vendiam falsos produtos por lá. Dessa vez, os alertas mais recentes voltam as atenções para o WhatsApp. Isso porque, nas últimas semanas duas pessoas sofreram tentativa de golpe e uma mulher perdeu mais de R$ 17 mil.

Golpe efetuado

Uma mulher, residente no bairro Santa Clara, em Viçosa, perdeu R$ 17.230 após cair em um golpe através do WhatsApp. Na ocasião, ela acreditou que estava enviando o dinheiro para o seu filho, quando na verdade estava sofrendo um estelionato.

Na ocasião, segundo sua versão dada aos policiais, a pessoa se passou pelo seu filho e disse que havia trocado de chip. Seu suposto novo número seria (31) 9 7214-3659. Sem desconfiar, a mulher enviou o valor solicitado para duas contas diferentes, uma em nome de Jeny Beatriz Mascarenhas Silva (AG 1035; OP 1288; CP 857740737-1 - Caixa) e outra em nome de Hadassa Arely Vieira Martins (AG 4453; CC 24099-8 - Itaú).

Após perceber o golpe, ela entrou em contato com a Polícia Militar, que registrou a ocorrência e orientou a vítima com relação ao que poderia ser feito naquela situação.

Duas tentativas mal sucedidas

Ainda através do WhatsApp, outras duas tentativas de golpe foram registradas recentemente. Uma delas, na última quarta-feira (03), quando uma moradora de São Miguel do Anta quase enviou mais de R$ 2 mil a golpistas que se passavam por sua filha.

O contato foi feito através do número (31) 99595-3887 e o criminoso solicitava um pagamento de boleto bancário que tinha endereço de uma conta Nubank no nome de ítalo Correia dos Santos Ferreira e um outro depósito, no valor de R$ 2.620, no banco Bradesco (AG 7802; Conta 479408-7) no nome de Matheus Santos Alencar.

Na ocasião, a necessidade de comparecer fisicamente à agência do Bradesco fez com que a mãe entrasse em contato com a filha para informar a situação. Nesse momento, sua filha lhe disse que não havia pedido nenhum dinheiro e se tratava de uma tentativa de golpe.

A outra tentativa, também pelo aplicativo de troca de mensagens, mostra uma conversa entre uma pessoa e os bandidos. Na ocasião, o filho da possível vítima conversa com os estelionatários e consegue o suposto CPF de um deles para que o pagamento fosse realizado. Veja a conversa abaixo:

Tentativas também foram realizadas no Instagram através de hackeamento de contas

Nas últimas semanas, diversas pessoas têm relatado que tiveram suas contas hackeadas no Instagram por golpistas que anunciavam a venda de produtos. Entre inúmeros anúncios, os de celulares, televisões e outros eletrodomésticos chamavam a atenção dos seguidores da conta original, que se interessavam pela compra. No entanto, após a realização do pagamento, não recebiam o produto e só então percebiam que haviam sido vítimas de um golpe.

De acordo com o subinspetor da Polícia Civil de Viçosa, Wilson Gurgel, primordialmente, é necessário que a pessoa que irá comprar alguma coisa através de redes sociais se certifique, de algum modo, que realmente está conversando com a pessoa daquela conta.

Além disso, ela diz também para os compradores ficarem atentos ao preço pedido por determinado produto e pelo modo em que o suposto vendedor irá conduzir a negociação.

“A pessoa tem que avaliar o preço de mercado. Normalmente o golpista vai pedir um valor menor do que o pedido no mercado e vai afirmar que tem muita gente interessada no produto, induzindo o comprador a realizar o pagamento”, afirmou Gurgel.

Ainda segundo o subinspetor, caso a pessoa perceba que se trata de um golpe, ela deve bloquear aquela conta e entrar em contato com a polícia, pois se trata de uma vítima de um tipo de estelionato.

A pena para esse tipo de crime no Brasil varia de um a cinco anos de reclusão e pagamento de uma multa. No entanto, no país, se trata de um crime de menor potencial ofensivo e, portanto, normalmente as penas são mais brandas.

Nossa reportagem se passou por um possível comprador de uma conta que havia sido hackeada, e mostra como é ação dos golpistas.

O passo a passo dos golpistas

Inicialmente, o golpista divulga produtos com preço muito abaixo do mercado e apresenta as opções de pagamento. Ele se passa por uma pessoa séria, dando várias opções de pagamento, incluindo o parcelamento da compra através de bancos online. No entanto, desde o início afirma não ter máquina de cartão, o que evita um pagamento presencialmente.

Após isso, assim como afirmou o subinspetor da Polícia Civil de Viçosa Wilson Gurgel, o golpista tenta induzir com que a pessoa faça o pagamento o quanto antes, afirmando que há pessoas interessadas no produto e pedindo algum “sinal” por parte da vítima.

Além disso, o suposto vendedor tenta passar credibilidade ao mandar fotos do produto, com itens originais, e uma nota fiscal demonstrando a compra do aparelho. Após isso, ele insiste para que o pagamento seja feito o quanto antes, como uma forma de compensação, e volta a dizer que há pessoas interessadas no produto em questão que já sinalizaram com o pagamento.

Após perceber que não conseguirá aplicar o golpe, a negociação entre estelionatário e vítima termina.