O primeiro fim de semana com a maioria dos estudantes da Universidade Federal de Viçosa contou também com o famoso "Rita volta às aulas". Tradicional evento no qual os estudantes vão para a avenida Santa Rita, marcando o início da volta às aulas na cidade. No entanto, o que deveria servir apenas para comemoração, serviu também para bagunça e sujeira nas ruas.
Imagens e vídeos recebidos pela equipe de reportagem do Primeiro a Saber mostraram a grande quantidade de pessoas que estavam no local, o que já era esperado. Para auxiliar, inclusive, banheiros químicos foram colocados no local, financiado pelos próprios estabelecimentos comerciais da avenida. No entanto, nos dias seguintes da aglomeração, o que se viu foi muito lixo espalhado pela rua.
Mas, é importante ressaltar que a imagem que circula nas redes sociais de um banco da avenida quebrado não foi por culpa dos estudantes. O setor de fiscalização da Prefeitura de Viçosa confirmou à nossa equipe que uma maquina, da Secretaria de Obras da PMV, esbarrou no banco e acabou quebrando.
Em contato com a Fiscalização Municipal, a chefe, Layra Santos, afirmou que o departamento, em conjunto com a Polícia Militar, realizou uma operação desde a sexta-feira (29) na Santa Rita e também em outros lugares do município.
De acordo com ela, os policiais militares realizaram blitz no trânsito da cidade e deram apoio à operação. Ainda segundo a chefe do Departamento de Fiscalização, só no último domingo foram apreendidas sete caixas de som que perturbavam o sossego dos moradores locais e aproximadamente 100L de bebida alcóolica que estavam sendo vendidas em via pública.
Layra afirmou que o trabalho da Fiscalização seguirá normalmente nos próximos dias para cuidar do município.
Também em contato com a nossa reportagem, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFV ressaltou que não possui ligação com a organização de nenhuma "Rita" e que se trata de um movimento orgânico e organizado pelos estudantes e também nativos da cidade.
"Viçosa não tem espaço para cultura e juventude. Isso é um problema crônico. E se torna mais crônico ainda para quem não tem dinheiro. Então a Avenida Santa Rita, quando você vê as festas da cidade, custando em primeiro lote, 50 reais, os barzinhos cobrando couver artístico e uma série de outras coisas que encarecem o "rolê", ela se torna o único local que essas pessoas tem para ir", afirmou Lucas Zini, do DCE.
Lucas citou ainda que não podemos tratar o que acontece lá como um problema, assim como a Prefeitura tem tratado. Segundo ele, é preciso políticas públicas para garantir a segurança de quem frequenta e quem mora lá, e não com a repressão feita pela Polícia e Fiscalização.
Em relação ao lixo deixado no local, Lucas disse fazer a meia-culpa como estudantes que sujam o espaço. Mas segundo ele, o Estado não cobra e possibilita que o local fique limpo, já que não há lixeiras na Avenida.
Veja abaixo um vídeo de como estava a Avenida Santa Rita neste final de semana: