Quem esteve presente na reunião ordinária da última terça-feira (03) na Câmara de Vereadores de Viçosa viu uma exposição alguns tambores no local. Esses tambores são conhecidos como Tambores de Maracatu e trazem consigo uma história de superação de centenas de anos.
O maracatu de baque-virado é uma manifestação popular que surgiu em Recife-PE. Os grupos populares que dão vida ao maracatu são conhecidos como Nações de Maracatu. Elas possuem um fundamento religioso, seja nos terreiros de umbanda, candomblé ou jurema e também possuem uma corte real, com dezenas de representações. Há ainda a percussão, com diversos instrumentos e inúmeras formas de tocá-los.
Os tambores trazem uma história de centenas de anos, milhares de pessoas, e muitos e muitos lugares por onde percorreram. Onde houve negros escravizados no Brasil encontramos também os tambores. Tocá-los em uma sociedade escravagista era uma forma de resistência, já que trazia para o Brasil sons e histórias de outros lugares, para lá do Atlântico. Nas cidades, senzalas e nas matas os tambores ressoaram em contraposição à escravidão.
"Estes tambores aqui expostos trazem a história viva do maracatu de baque-virado e foram confeccionados almejando fortalecer os grupos populares da nossa região".
A exposição na Câmara segue pelos próximos dias. Quem quiser, pode encontrá-los no hall de entrada da Câmara Municipal de Viçosa, de segunda à sexta-feira, das 8h às 18hrs. Os tambores foram produzidos pelos alunos inscritos nas oficinas ministradas pelo artesão ervalense Renan José Freitas Assis, que fez parte do grupo de percussão “O Bloco” de Viçosa e teve experiências em Recife-PE, berço do maracatu de baque-virado.