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Professores da rede particular de Viçosa e região anunciam paralisação no próximo dia 24
19 de maio de 2022

Os Professores de rede particular de Viçosa de cidades da região central do estado (abrangência da CCT MG) vão paralisar as suas atividades no próximo dia 24/05. A decisão foi tomada em uma assembleia do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG) no último dia 14, e a paralisação tem como objetivo reivindicar a recomposição dos salários de acordo com a inflação. Além disso, os profissionais também buscam protestar contra a ameaça de o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SINEP-MG), retirarem direitos dos profissionais da educação.

A informação foi confirmada pelo professor e ex-vereador de Viçosa, Idelmino Ronivón, na Reunião Ordinária da Câmara Municipal da última terça-feira (18).

Na ocasião (dia 24), os profissionais farão uma nova assembleia presencial, às 10h, na rua Gilberto Valério Pinheiro, bairro Santo Antônio (perto do espaço de festa Parthenon), para discutir o rumo da campanha reivindicatória deste ano. Neste dia, os professores podem votar pela greve por tempo indeterminado.

Reajuste salarial

Segundo o ex-vereador, se juntarmos o acumulado de 2020, 2021 e 2022 a inflação é de 23%. Ou seja, com isso, o trabalhador perdeu seu poder de compra em 23%.

"O sindicato patronal tem uma proposta de reajustar em 4% o salário para a educação superior e 5% para básica. Ou seja, os professores vão ter uma redução salarial se isso for cumprido", disse Idelmino.

Justamente por isso, segundo ele, não resta mais nada à categoria a não ser "arregaçar as mangas e paralisar".

Retirada de direitos

Segundo o professor Idelmino, além do não pagamento de acordo com a inflação, o Sinepe MG propôs ainda a retirada das bolsas de estudo, que eles têm direito; retirada de férias de janeiro; e redução do percentual de serviço dos professores.

"A cada cinco anos o professor tem um adicional por tempo de serviço de 5%. Eles querem passar para 3%", afirmou o professor.

Além disso, Idelmino cita que mesmo não reajustando os salários, os donos das escolas ajustaram as mensalidades de acordo com a inflação.

Nossa equipe de reportagem entrou em contato com SINEP/MG e, através de uma nota, se posicionaram afirmando que esperam chegar a um bom termo nas negociações com os profissionais da rede particular. Além disso, mencionam os problemas econômicos causados pela pandemia a todos.

Confira abaixo a nota completa:

"As interações entre o Sinepe-MG e os sindicatos representativos dos profissionais que trabalham nas instituições particulares de ensino, tanto os docentes, quanto os administrativos, se encontram em plena interação em suas negociações. Estivemos reunidos em vários encontros onde as partes expuseram seus interesses e suas expectativas pontuais, e desenvolvemos, de acordo com as diretrizes alinhadas entre as nossas instituições de ensino associadas, as tratativas que envolvem as demandas das partes.

Estamos todos impactados pelas consequências promovidas pela pandemia durante os últimos períodos: escolas fechadas por dois anos; instituições, historicamente tradicionais, encerrando suas atividades; profissionais perdendo seus empregos e seus trabalhos (não somente os profissionais das escolas, mas, também das atividades que dependem do funcionamento destas, como transporte de estudantes, cantinas, empresas de material escolar e uniformes, profissionais autônomos e comércios do entorno das instituições de ensino, entre outras), pais transferindo seus filhos para o sistema público por conta da crise econômica; prejuízos pedagógicos nos processos de ensino e de aprendizagem dos estudantes; entre tantas outras.

Cerca de 90% das instituições associadas à nossa entidade se constituem de micro e pequenas empresas que ficaram muito afetadas por causa do impacto da queda do capital de giro e do fluxo de caixa neste período de pandemia, em função das consequências acima citadas. Sabe-se que este aspecto, em organizações de pequeno porte, exclusivamente dependentes de uma dinâmica econômica razoavelmente favorável, requer uma atenção redobrada na gestão de seus custos e recursos, para que estes sejam suficientes para uma sustentabilidade que promova uma boa qualidade na oferta e na entrega dos serviços educacionais às famílias e aos estudantes e, consequentemente, na manutenção dos empregos e de todo o bom e seguro andamento das atividades em geral.

Temos, historicamente, anos de ótimas negociações que permitiram o desenvolvimento de nosso segmento educacional, de forma a permitir a prosperidade dos profissionais e das instituições de ensino, no nível do reconhecimento de Minas Gerais como um estado de excelência educacional. Tanto por causa da qualidade de suas escolas, quanto de seus professores e de todos os seus profissionais de educação. Acreditamos que tudo isto seja fruto da maturidade das partes neste processo. Seja quanto ao entendimento de suas responsabilidades, seja no comprometimento junto à maior interessada no sucesso de nosso entendimento: a sociedade que se utiliza dos nossos serviços de alta qualidade.

Por isto mesmo, entendemos que, com o histórico de bom senso que possuímos nessas tratativas, e face aos desafios enfrentados por todos neste contexto – instituições particulares de ensino, professores e demais profissionais – chegaremos a um bom termo nessas negociações, com todas as partes sendo contempladas, de forma equilibrada, quanto às nossas demandas, limitações, necessidades e expectativas de sustentabilidade e desenvolvimento contínuos".