A Reunião Especial para discutir sobre o projeto de revisão do Plano Diretor com encaminhamentos relativos ao bairro Inácio Martins e adjacências aconteceu na noite de segunda-feira (22), no Centro Educacional e Ação Social São Sebastião (Creche Cantinho Feliz), localizado na Rua Maria das Neves Costa Amaral, no Inácio Martins (bairro também conhecido como Grota dos Camilos), atendendo à solicitação feita pelo Vereador Rogério Fontes (Tistu) (sem partido) junto à Comissão de Estudos para Revisão do Plano Diretor.
A sessão foi conduzida pelo Vereador Rogério Fontes, que também é morador da comunidade, e como convidados da Mesa Diretora (da esquerda para direita, na foto) estavam os Vereadores Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PSDB), Bartomélio Martins (Professor Bartô) (PT), presidente da Comissão de Revisão do Plano Diretor, Marly Coelho, membro da Comissão, Marcos Fialho (sem partido), o Assessor de Relações Institucionais da Câmara Wagner Rosado, o Empreendedor da construção civil Rodrigo Bicalho e o Vereador Gilberto Brandão (AVANTE).
Em sua fala inicial, Rogério Fontes destacou a importância do debate sobre a organização do espaço público e disse que o objetivo do encontro era escutar as demandas locais. “Hoje a pauta é de suma importância, pois vamos discutir as diretrizes e os trâmites do Plano, sobre as metragens dos pequenos e grandes empreendimentos, falar sobre o crescimento da região. Os locais estão crescendo de forma desordenada. Já está urbanizada, mas não tem lei que rege para englobar a região. Tudo discutido de forma coletiva, ordeira, organizada e transparente, assim como foi feito em outras localidades”, afirmou o parlamentar. Além disso, ele agradeceu à Comissão por ter aceitado seu requerimento para realização da Reunião, que foi fruto de pedido dos moradores.
Em seguida, o Vereador Professor Bartô, presidente da Comissão de Estudos para Revisão do Plano Diretor, reforçou a relevância da Reunião, contextualizou as etapas do Projeto, que chegou na Casa Legislativa em 2020, e deu um repasse sobre os trabalhos realizados pela Comissão, pontuando a expectativa de aprovar o novo Plano Diretor ainda este ano. Sua validade será para os próximos dez anos. “Nossa intenção é dialogar com a população, com todos os segmentos. Não só os moradores, mas também a classe empresarial, aqueles que têm interesse em investir em Viçosa”, disse Bartô.
O empreendedor Rodrigo Bicalho, que integra a equipe técnica da Comissão, deu prosseguimento ao encontro demonstrando que esse debate sobre a atualização do Plano Diretor, segundo ele, “está no dia a dia dos moradores”. Ele apresentou a situação do espaço territorial que envolve Grota dos Camilos, Cidade Nova, Floresta, Vau Açu, Nova Era, Laranjal, Barrinha, Posses, Amoras, São José, Colônia Vaz de Melo e demais comunidades da região. Sempre explicando o movimento de ajustar o projeto de acordo com as legislações municipais e federais, sua exposição passou pelos pontos do crescimento de zonas da cidade, os desafios de mobilidade urbana, os parâmetros residenciais e industriais de loteamento, a realidade das vias de circulação, a situação do lazer e do meio ambiente, as áreas de risco identificadas pela Defesa Civil e sobre lugares sensíveis, como a entrada da Grota dos Camilos – que não foi construída de forma planejada e, com a expansão do local, agora precisa ser revista.
O Plenário estava cheio e, logo após a fala do Rodrigo Bicalho, foi possível escutar as reivindicações das comunidades. As demandas apresentadas pelos moradores presentes traziam preocupação com as questões da mobilidade urbana, a regulamentação dos empreendimentos da região, calçadas confortáveis para os pedestres, postos de saúde, meio ambiente (a falta de água e a situação das nascentes), entre outros temas.
Sobre o planejamento da urbanização da Grota dos Camilos, os cidadãos demonstraram resistência em trazer as indústrias para a região, pois “vai tumultuar toda a entrada, vai gerar um estresse”, nas palavras dos moradores. Foram feitas discussões coletivas e apresentadas uma série de propostas para solucionar o problema do local.
O lazer também foi mencionado na participação popular. Regiane, que trabalha na Grota dos Camilos e é moradora do São José, afirmou que “não tem área de lazer, acessibilidade para as crianças. O Amoras ainda tem uma pracinha, mas não tem forma das pessoas usarem, porque o comércio tomou conta do local. Então, a academia que seria para a comunidade utilizar, é usada pelo comércio. Não tem uma área onde as crianças possam fazer uma recreação e, os mais idosos, uma atividade física”. Eduardo, do Inácio Martins, disse que “o movimento de veículos é muito intenso e torna perigoso para as crianças brincarem na rua, então a ausência de espaços de lazer é uma preocupação do bairro e é uma questão de segurança”.
Na fala dos moradores ficou marcado o desejo para que as legislações sejam respeitadas e, além disso, que o Executivo cumpra a função de realizar as solicitações. Por fim, foram anotadas as indicações propostas para que sejam incluídas no projeto revisado do Plano Diretor e as demandas da população também foram registradas como encaminhamentos da Reunião Especial por parte do Legislativo.
Fonte: Câmara Municipal de Viçosa / texto do estagiário Abraão Filipe Oliveira sob a supervisão de Mônica Bernardi
Leia também: