Advogada do professor Edson Martins diz que não há provas dos crimes; Professor é acusado por 11 alunas e ex-alunas de uma série de crimes, dentre eles, estupro.
Em entrevista exclusiva à Rádio Montanhesa, Marinês Alchieri, advogada de defesa do professor Edson Martins, acusado por diversas alunas da Universidade Federal de Viçosa, alegou que o professor é vítima e que "não há como ligar o depoimento delas como uma prova concreta".
Na ocasião, a advogada ressaltou que o professor está sendo vítima de um possível ataque organizado por professores e servidores dentro do Departamento de Letras (UFV), sendo as alunas representantes deste complô, mas sem elas terem ciência de quem está por trás e aonde quer chegar. O professor, é conhecido por ser autor de diversos livros, ter passado por universidades de outros países, além de dominar sete línguas, e, segundo a advogada, o trabalho do docente tem ganhado repercussão - inclusive internacional - e isso pode ter aberto espaço para intrigas.
A advogada ainda rebateu a acusação de estupro e questionou o depoimentos das alunas. No caso, Marinês alega que houveram três versões de um mesmo depoimento e que, apenas no terceiro, a aluna revelou que Edson a havia estuprado. A defesa diz que o professor Edson não cometeu nenhum dos atos acusados e que não há provas de que ocorreu o encontro onde teria acontecido o suposto crime.
"A situação de estupro que está sendo abordada, apareceu no terceiro depoimento da pessoa. Se você está denunciando violência que uma pessoa comete contra você, por que que no primeiro e no segundo não tinha estupro? Só no terceiro que as pessoas se lembrou que teria tido um estupro? E por que ela disse, nos seus próprios depoimentos, que ela tinha consciência de que aquelas informações que ela estava trazendo aos altos não tinham o impacto tão forte quanto das outras colegas dela, mas que ela queria contribuir para a investigação", indagou a advogada de defesa, Marinês Alchieri.
Ainda na entrevista, a advogada comparou o caso do professor Edson, bem como as consequências, com as falsas acusações de estupro contra o jogador Neymar e o ator Johnny Deep. Embora Marinês dissesse que a palavra da mulher precisa ser levada a sério, ela contestou o relato das alunas e ex-alunas do professor.
"Elas estão se baseando naquela máxima de que a palavra da mulher quando se indica que há uma violência não pode ser contestada, que ela seja uma verdade real. Isso é um perigo. É óbvio que a palavra da mulher precisa ser levada a sério. É óbvio que quando ela indica que está sendo vítima de uma violência precisa ser levada a sério. Mas é óbvio também que não se basta palavra. É preciso ter o início de prova material", evidenciou Marinês.
Dentro da Universidade Federal de Viçosa há coletivos feministas que prestam serviço à luta das mulheres e Marinês citou que, na sua visão, um desses grupos é extremista nesse caso e promovem perseguição.
[...] Se travestindo de um movimento feminista pra criar mentiras, calúnias, cancelamentos, perseguições, basta dar uma simples olhada nas redes sociais. Essas pessoas envolvidas provocam uma enxurrada de perseguições contra pessoas que ousem dizer que não concordam com aquilo que elas querem que seja verdade, ressaltou a advogada.
As denúncias eram de conhecimento da UFV desde 2019 e, segundo a instituição, no mesmo ano foram repassadas ao Ministério Público. A advogada de defesa do professor acusado disse que é provável que o relatório final do processo demore um pouco. Segundo ela, há muitos fatores que influenciam nisso, como a mudança na comissão de PAD, transferências de professores e aposentadoria de pessoas que estavam envolvidas nas investigações. Ela ainda parabenizou a postura da UFV pelo papel que vem desempenhando no processo.
O caso foi revelado por uma matéria da Revista Veja publicada em 30 de setembro, com o relato de diversas vítimas que apontam o professor do Departamento de Letras da UFV, Edson Ferreira Martins, de 43 anos, como autor de crimes sexuais, abuso de poder, violências física e moral, assédio sexual e estupro.
A matéria revela que o caso, até então sigiloso desde 2019, foi inicialmente investigado pela UFV através de uma sindicância interna, em seguida em um processo administrativo, mas diante dos fortes indícios de crimes o processo foi encaminhado ao Ministério Público Federal, onde corre em segredo de justiça.
Segundo a matéria, a Veja teve acesso a mais de 870 páginas com relatos de 11 denunciantes do professor, entre alunas e ex-alunas, que relatam os abusos com riqueza de detalhes. Em um dos relatos, uma mulher de 28 anos relata que foi embriagada e estuprada pelo professor.
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