Articulações só devem se intensificar após segundo turno das eleições presidenciais
Embora as articulações na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) devam se intensificar apenas após o término da eleição presidencial, o deputado estadual Roberto Andrade (Patriota) desponta como o candidato preferido pelo governo de Romeu Zema (Novo) para ser o presidente da ALMG a partir de 2023.
O Palácio Tiradentes, focado em ajudar na reeleição de Jair Bolsonaro (PL), ainda não se manifestou publicamente, mas deputados que mantêm diálogos com representantes do governo disseram ao Aparte que o preferido, neste momento, é Andrade. Ele tem boa relação com o secretário de Governo, Igor Eto, que é o responsável pela articulação política junto aos parlamentares.
Zema terá papel importante na definição do próximo chefe do Legislativo, já que deve ter o apoio da maioria dos deputados a partir do ano que vem e também conta com a força da máquina administrativa para conquistar votos. O governo quer eleger um aliado para que os reveses do primeiro mandato não se repitam. O atual presidente da Casa, Agostinho Patrus (PSD), sequer pautou a maioria dos projetos de lei apresentados pelo governador.
A posição de Agostinho também é outro fator que mexerá com a disputa. Além de ter influência sobre um grupo de parlamentares, ele foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Após ser nomeado por Zema, o que ainda não aconteceu, ele tem até 60 dias para tomar posse no novo cargo.
Se Agostinho deixar a presidência até 30 de novembro, uma nova eleição é realizada. Após essa data, quem assume até janeiro de 2023 é o vice, Antônio Carlos Arantes (PL). Ele já se colocou publicamente como candidato a presidente da Casa na eleição que será realizada em fevereiro.
A avaliação nos bastidores é que se Arantes, que também é aliado do governo Zema, sentar na cadeira da presidência, aumentam as chances dele vencer a próxima eleição para o comando do Legislativo. “O pessoal costuma dizer que quando o presidente monta na sela, não sai. É poder”, afirmou um parlamentar ouvido pelo Aparte. Cada deputado pode ser eleito apenas duas vezes consecutivas para a presidência. Cada mandato é de dois anos.
A tradição na ALMG é pela busca do consenso, o que significa que os candidatos raramente se enfrentam em uma eleição aberta. O costume é que se chegue a um consenso e apenas um deputado se apresente, de fato, como candidato. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a indicação de Agostinho ao TCE. Outros quatro parlamentares demonstraram intenção de se candidatar à vaga, mas acabaram desistindo em prol da candidatura dele.
Outro nome que é ventilado nos bastidores como possível candidato é o de Tadeu Martins Leite (MDB). Ele é do mesmo grupo político de Agostinho, tem boa relação com a oposição e também com o governo Zema. Gustavo Valadares (PMN) também é citado, mas no momento está longe das articulações pois tirou a semana para descansar com a família.
A eleição para a presidência da ALMG será realizada no início de fevereiro, logo após a posse dos novos deputados. É necessário maioria simples, o equivalente a 39 votos, para ser eleito.
Informações O Tempo