Rádio Montanhesa

Rádio Q FM

TV Montanhesa

Live Rádio Q FM

Anuncie


Viçosa: bolsonaristas fazem protesto e pedem intervenção federal
3 de novembro de 2022

Após três dias do 2º turno das eleições, manifestantes se reuniram em ato contrário à vitória de Lula e pediam por intervenção federal

Um grupo de apoiadores do atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) se reuniu ontem, 2/11, em frente ao QG do Exército de Viçosa (Tiro de Guerra) para se manifestar. Inconformados com o resultado das eleições, diante da vitória do candidato e futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os manifestantes pediam uma ação das Forças Armadas e por intervenção federal.

Trajados de verde amarelo e carregando bandeiras do Brasil, os manifestantes se reuniram no feriado de Finados (2/11), m frente ao QG do
Exército de Viçosa. Imagem/Reprodução
Vídeo/Reprodução

De acordo com informações, foi feito previamente um grupo de WhatsApp, contendo mais de 250 participantes, para organização do ato. Alguns acordos foram feitos entre os apoiadores, como não utilizar o nome de Bolsonaro nem músicas que remetessem à ele; levar cartazes que mencionassem "Fora Lula", "Intervenção Federal" e/ou que remetessem crimes ao Lula; e evitar levar crianças para a manifestação.

Além disso, ficou acordado para que não fosse entoada intervenção militar e sim, intervenção federal. Vale lembrar que durante várias manifestações pró-Bolsonaro já feitas pelo país, é comum que os apoiadores peçam por "intervenção militar", mas o pedido é inconstitucional e antidemocrático.

O procurador da República, Patrick Salgado, em entrevista à TV Globo, ressalta a criminalidade por trás desses pedidos de intervenção.

"O importante é que as pessoas saibam que é crime incitar a animosidade das Forças Armadas contra as instituições, contra os poderes constituídos, contra a democracia. Então você pedir, por exemplo, intervenção militar de modo acintoso é crime, é crime você usar de violência contra a democracia, é crime você usar de violência contra o estado democrático. São figuras típicas do Código Penal. Às vezes você é conduzido pela emoção, para tentar desfazer o processo democrático, mas esse não é o caminho. Esse é o caminho ilícito, caminho de um bandido, de um criminoso. Você deve buscar os meios lícitos, se você não está satisfeito com o processo democrático, procure seu deputado federal para que ele, na próxima legislatura, promova alteração na legislação eleitoral".

procurador da República, Patrick Salgado, em entrevista À TV GLOBO.

Ele ainda alerta sobre informações falsas que circulam, em relação ao artigo 142 da Constituição Federal.

"Eu sinto que há uma desinformação, uma certa ignorância por parte das pessoas do que consta na Constituição. A Constituição, em momento algum, em artigo nenhum, inclusive no 142, autoriza golpe de estado, autoriza manifestações antidemocráticas, autoriza manifestações contra os poderes das instituições constituídas. (...) Eu percebo muito mais ignorância por parte das pessoas do que má fé. Elas são meio que conduzidas por informações falsas de que no artigo 142 haveria alguma autorização para que as Forças Armadas pudessem agir contra a democracia. Não há isso em lugar nenhum", afirma o procurador da República.

Grupo de WhatsApp para realização do ato. Imagem/Reprodução

Clique para ler mais notícias