Mais de 200 pés de maconha foram apreendidos na casa dele durante a Operação 'Nematóide', do Gaeco Zona da Mata, entre Divinésia e Ubá. Ação investiga crimes de corrupção em licenças ambientais na Supram.
Um engenheiro agrônomo que tinha um laboratório para produção de drogas foi condenado a mais de 13 anos por tráfico em Ubá (MG). Ele era servidor da Superintendência de Regulação Ambiental (Supram), está com a prisão preventiva decretada e segue foragido.
Durante a segunda fase da Operação “Nematóide”, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional da Zona da Mata em outubro de 2020, foram apreendidos mais de 200 pés de maconha na casa dele, entre Divinésia e Ubá.
Após obter a condenação, o promotor de Justiça do Gaeco Zona da Mata, Breno Costa da Silva Coelho, destacou que há fortes evidências de que o condenado valia-se dos conhecimentos técnicos de engenheiro agrônomo para a produção de drogas ilícitas em grande escala.
O engenheiro agrônomo condenado segue foragido desde o início da Operação “Nematóide”. Um consultor ambiental, no entanto, investigado por crimes de corrupção em licenças ambientais, chegou a ser preso, mas foi solto e o processo contra ele segue em andamento.
Durante uma entrevista coletiva ainda no início das investigações, o Gaeco informou que o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), por meio da Supram, contribuiu com todas as ações de investigação e afastou todos os servidores suspeitos de envolvimento no esquema.
A primeira fase da operação foi realizada no dia 31 de outubro de 2018 para combater a atuação de uma associação criminosa estruturada para facilitar a concessão de licenças ambientais no âmbito da Supram Zona da Mata, vinculada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Semad).
Na ocasião foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária, incluindo de dois servidores da Supram, e outros nove de busca e apreensão em Ubá, Cataguases e Viçosa.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as provas obtidas em procedimento investigatório criminal demonstraram que agentes públicos, advogados e consultores associaram-se para favorecer empresas e empreendedores na concessão de autorizações e licenças ambientais.
A segunda fase da operação ocorreu em outubro de 2020 e foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Pomba, Belo Horizonte, Urucânia e Divinésia. Nas ações foram apreendidos os mais de 200 pés de maconha, sementes da planta, certa quantidade colhida e munições de calibre .44.
O Gaeco informou que durante as buscas na casa do funcionário da Supram Zona da Mata, o engenheiro agora condenado, foram localizadas as munições, sementes e informações referentes ao cultivo da planta.
Na terceira fase foi cumprido um mandado de prisão temporária contra um consultor ambiental envolvido no esquema. Ele foi solto posteriormente e o processo segue em andamento. Na ocasião, cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Rio Pomba e Guarani.
O nome “Nematoide” refere-se a uma praga que fica escondida nas raízes das plantas, de forma a sugar os seus nutrientes e intoxicar as células, podendo levá-las à morte.