Moradores reivindicam seus direitos e usam Tribuna Livre para pedir por lazer e condições.

‘’A gente não tem direito ao lazer’’, lamentou Oseas Amorim, cidadão que usou a Tribuna Livre, espaço reservado à participação popular, na reunião Ordinária da terça-feira (14), para tornar pública as dificuldades enfrentadas pelos moradores de bairros mais afastados para chegarem em casa aos finais de semana. ‘’A viação encerra a atividade no domingo às 19h. As pessoas não têm acesso ao lazer, nem podem visitar um parente fora da região depois deste horário, senão terão que voltar a pé ou pegar um 'Livre' para ir embora. As igrejas também estão prejudicadas, tendo que iniciar mais cedo’’, destacou Oseas, salientando que este não é um problema exclusivo dos moradores do Bairro Novo Silvestre. Em continuação à problemática, ele destacou que o comércio, após às 19 horas, fica restrito a quem reside no Centro ou nas regiões próximas, solicitando, ainda, que os horários de ônibus se estendam até, no mínimo, às 21h30. 

Em contrapartida, o Vereador Robson Souza (Cidadania) iniciou sua fala na Palavra Livre fazendo agradecimentos à Viação União. De acordo com o parlamentar, ele esteve em contato com membros da empresa sobre os horários ofertados e eles ‘’ficaram de olhar essa questão’’, afirmando que ele continuará a cobrança a fim de atender demandas como a de Oseas. Ademais, Robson informou que alunos da Zona Rural que se encontravam há 1 semana sem aulas devido a um contrato de manutenção de ônibus da Prefeitura de Viçosa estar desatualizado, puderam voltar à escola após a Viação União ofertar um transporte que faça essa rota até que a situação se normalize. 

‘’Eu não sei dimensionar minha indignação com essa administração quando alguém vem reclamar do transporte público aqui’’, destacou a Vereadora Jamille Gomes (PT) em sua fala, relembrando que já foram feitas diversas indicações e reuniões com os responsáveis a fim de solucionar os problemas. Na sequência, ela prestou sua indignação com a falta de um recurso tão essencial ‘’transporte público é um direito básico que dá via de acesso a outros direitos. Como a pessoa vai chegar no posto de saúde se ela não tem o transporte? Como irá sair do trabalho à noite, cansada, e chegar em casa?’’, citando comunidades como Córrego da Onça, Barrinha, Nobres, Pau de Cedro e Buieié para questionar de que forma os moradores destes locais faziam para ter um lazer aos finais de semana se não há transporte público. Por fim, Jamille se direcionou ao Executivo ‘’qual a relação desta empresa com a Prefeitura? Ela não está cumprindo os requisitos. O que falta para a Prefeitura ter uma postura mais rígida em relação a esse contrato?’’, relatando, ainda, o caso de um ônibus que transitava com a porta abrindo e fechando, colocando em risco os passageiros. 

Corroborando com a colega, a Vereadora Marly Coelho (PSC) usou seu tempo regimental para informar sobre a Indicação nº 166/2023, que solicita o encaminhamento de explicações a respeito das linhas e rotas de ônibus existentes em Viçosa, contendo o porquê da falta de determinadas linhas em certos horários e solicitando uma listagem com todas as linhas existentes atualmente, com as devidas rotas e horários. ‘’Como a pessoa vai ter uma qualidade de vida se ela não tem o mínimo que é o transporte público?’’, questionou a parlamentar, destacando o sofrimento da população devido à falta de horários e rotas que atendam a todos. 

Informações da Câmara de Viçosa.