Caso aconteceu na cidade de Santos Dumont na última terça-feira, 20.

A mãe de uma adolescente de 14 anos denunciou que a filha foi vítima de racismo em uma escola estadual de Santos Dumont. A ocorrência foi registrada pela Polícia Militar (PM) na tarde de terça-feira (20). De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), a garota teria sido chamada de "macaca" por três alunas, pois o "cabelo dela seria ruim e pelo modo com que ela divide o mesmo". Ainda conforme o registro, os pais das estudantes e o Conselho Tutelar foram chamados à unidade escolar.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou que uma equipe da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Juiz de Fora, responsável pela coordenação da escola, acompanhou o caso junto à direção e a equipe do Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE), que presta atendimento psicossocial às escolas do município, também irá acompanhar o caso e realizar o acolhimento e devidas orientações aos estudantes envolvidos e familiares.

Além da ocorrência, a mãe da adolescente expôs a situação nas redes sociais e "afirmou que recebeu apoio da escola".

Nota da Secretaria de Educação na íntegra

"Sobre o ocorrido na Escola Estadual Engenheiro Henrique Dumont, em Santos Dumont, na segunda-feira (19/6), a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que a direção escolar, assim que tomou conhecimento dos fatos, convocou os responsáveis das estudantes envolvidas para uma reunião na presença de um membro do Conselho Tutelar. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) pela mãe de uma das estudantes. A direção da unidade de ensino está comprometida em colaborar com os órgãos responsáveis para as devidas apurações sobre o ocorrido.

Em relação ao ambiente escolar, uma equipe da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Juiz de Fora, responsável pela coordenação da escola, acompanhará o caso junto à direção. Além disso, a equipe do Núcleo de Acolhimento Educacional (NAE), que presta atendimento psicossocial às escolas do município, também irá acompanhar o caso e realizar o acolhimento e devidas orientações aos estudantes envolvidos e seus familiares.

A SEE/MG destaca que a equipe pedagógica da SRE de Juiz de Fora executa o projeto “Recontando histórias: Africanidades e igualdade racial nas escolas” na rede de ensino da regional, que consiste na realização de rodas de conversas com o objetivo de debater o racismo e o antirracismo com os estudantes. Nesses encontros, são discutidas questões como colorismo, respeito às religiões, diversidade de cabelos, valorização da cultura negra e conscientização sobre o crime de racismo. Diante do ocorrido, a SRE irá marcar um encontro do projeto na unidade de ensino. Além disso, a SRE organiza uma formação com os professores para incentivá-los e orientá-los a trabalhar questões étnico-raciais em suas disciplinas.

Importante reiterar que a SEE/MG repudia quaisquer atitudes, condutas e manifestações de discriminação racial ou étnico-racial, preconceito e racismo. As práticas discriminatórias são atitudes graves, que violam os Direitos Humanos, a Constituição Federal e outras leis específicas, que tratam do respeito ao outro e da igualdade entre todos. Tais marcos legais são amplamente trabalhados na rede e destinados a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, o respeito às diferenças e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica que tratam do respeito à integridade física e emocional de todos os estudantes".