O Juiz Federal suspendeu a portaria e ordenou que o reitor adote as medidas necessárias para reintegrar o professor Edson ao seu cargo anterior.
Uma decisão judicial recente reverteu a demissão do professor Edson Ferreira Martins da Universidade Federal de Viçosa (UFV), determinando sua imediata reintegração aos quadros funcionais da instituição. O docente, que atuava no Departamento de Letras desde 2007, havia sido desligado por meio da Portaria nº 0630/2023, datada de 25 de julho de 2023, pelo reitor Demetrius David da Silva.
O Juiz Federal suspendeu a referida portaria e ordenou que o reitor adote as medidas necessárias para reintegrar o professor Edson ao seu cargo anterior, como professor da Carreira de Magistério Superior, Classe D, denominação Associado, nível 702. A decisão foi emitida na quarta-feira, 8 de agosto, e deve ser cumprida sem demora.
A polêmica envolvendo o professor Edson Ferreira Martins teve início em setembro do ano passado, quando surgiram acusações de crimes sexuais e condutas inadequadas. As denúncias geraram grande repercussão na cidade, na Universidade e nas redes sociais, com manifestações de apoio às mulheres que haviam denunciado o docente.
A advogada Marinês Alchieri, que representa o professor Edson Ferreira Martins, afirmou em entrevista ao Jornal da Montanhesa, em 27 de julho de 2023, que iria entrar com um processo para reverter a demissão. Segundo Alchieri, a motivação da demissão não estaria relacionada às acusações de crimes sexuais, mas sim a uma interpretação sobre o relacionamento do professor com alunas/ex-alunas. Ela enfatizou que "ele está sendo demitido porque dois, dos três membros da comissão, entenderam que namorar aluna/ex-aluna se constitui em um ilícito passível de demissão."
A advogada também rejeitou as acusações feitas contra o professor Edson, alegando que "colaram uma falsa acusação de crimes sexuais e continuam divulgando, sendo que a situação sexual demonstrou cabalmente a inocência do professor Edson de todas as acusações."
O que diz a UFV
A equipe do Primeiro a Saber buscou contato com a assessoria de comunicação da UFV para obter esclarecimentos adicionais sobre a decisão judicial e a possível reintegração do professor. Segundo a instituição "a UFV ainda não foi notificada oficialmente sobre qualquer ação relacionada à Portaria nº 0630/2023. Entretanto, destaca que cumprirá integralmente as determinações judiciais que forem a ela impostas."
[Matéria atualizada em 10/8/23, às 11h35]