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Pesquisa mineira desenvolve fitoterápico para diabetes e obesidade
15 de outubro de 2023

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A pesquisa mineira desenvolvida por Fernanda Magalhães, pesquisadora e professora do curso de medicina da Universidade de Uberaba (Uniube), é um dos projetos finalistas do Prêmio Euro 2023. O foco é no tratamento fitoterápico de diabetes mellitus tipo 2 e obesidade.

O nome do projeto é: “Estudo dos efeitos do extrato aquoso a frio de Plathymenia reticulata Benth associado a extrato aquoso a frio de Azadirachta indica (neem) em modelo experimental de diabetes mellitus tipo 2”.

Ele foi aprovado na chamada Demanda Universal da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) em 2022 e está em desenvolvimento.

Divulgação: Fapemig

Desde 2005, a pesquisadora vem estudando o efeito da planta Plathymenia reticulata Benth, popularmente conhecida como vinhoto ou vinhático, no tratamento da diabetes tipo 1 em camundongos. Recentemente, associada à Azadirachta indica, conhecida como neem, também para o tratamento da diabetes tipo 2. Ambos os estudos também se relacionam com a perda de peso nos animais testados.

Segundo Fernanda Magalhães, os primeiros resultados da pesquisa recente são muito satisfatórios. Afirma, ainda, que o investimento da fundação foi essencial para a pesquisa.

Nós já tínhamos feito outros experimentos com um modelo de diabetes tipo 2, mas nós não conseguimos um número muito grande de animais diabéticos. Dessa vez, nós tivemos 100% dos animais diabéticos. Com a verba da Fapemig, nós adequamos bem a metodologia. Então, agora, fizemos um modelo de dieta hiper lipídica, induzindo uma resistência insulínica nos animais e, depois, inserimos uma dose pequena de estreptozotocina para destruir um pouco do pâncreas. Ou seja, realmente um modelo bem semelhante ao diabético tipo 2”, destaca a professora.

Por que a fitoterapia?

Benefícios dos fitoterápicos para ansiedade - EEP HCFMUSP
Reprodução: Fmusp

A fitoterapia utiliza as plantas medicinais para o tratamento de certas doenças. Dentro da indústria farmacêutica, elas são transformadas em extratos, comprimidos ou substâncias desidratadas. Desde 2006, o Brasil possui a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), que inclui e regulamenta a prática de terapias não convencionais, incluindo a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Com isso, o mercado internacional desses medicamentos vem recendo investimento para pesquisas e aprimoramentos. Uma vantagem é o seu potencial de não apresentar efeitos colaterais, além do baixo custo de produção.

Tratamento

Em qualquer tipo de tratamento, da medicina tradicional às plantas medicinais, pode haver algum efeito colateral. Entretanto, no caso das plantas estudadas por Fernanda Magalhães, não houve efeito tóxico.

“Fizemos o estudo de toxicidade da Plathymenia onde nós a estudamos por três meses. Foram 12 semanas de tratamento para ver se existiria alguma toxidade crônica e descobrimos que no extrato aquoso, a Plathymenia não tem toxidade nenhuma”, explica.

Próximos passos

O tratamento desenvolvido por Fernanda Magalhães está entre os 12 finalistas do Prêmio Euro de Inovação na Saúde, que busca reconhecer as grandes inovações da área médica da América Latina. Segundo a pesquisadora, a premiação de 500 mil euros, é uma possibilidade real de investimento em mais testes e pesquisas para o desenvolvimento do tratamento. “O Prêmio Euro vai possibilitar que realmente a gente consiga esse novo fitoterápico para ajudar essas pessoas, por serem duas doenças crônicas, muito prevalentes e com uma alta mortalidade. Esse também pode ser o primeiro fitoterápico para diabetes no mundo, porque estudando a doença há muito tempo, não encontrei nenhum fitoterápico nem para diabetes, nem para obesidade”, destaca.

Informações por Agência Minas