PCMG promete reduzir trabalho para pressionar recomposição salarial
15 de maio de 2024

Sem o atendimento esperado da recomposição salarial, oficias da Polícia Civil de todo o estado passarão a trabalhar apenas "a partir do que o governo dá condições".

Insatisfeitos com a negativa do governo de Minas Gerais em atender o pedido de recomposição de perdas inflacionárias nos salários dos servidores da segurança pública, policiais civis prometem adotar o regime de “estrita legalidade” em todas as delegacias do Estado por tempo indeterminado.

O objetivo da medida – na qual servidores reduzem o ritmo de trabalho e só fazem o que está expressamente previsto em lei –  é pressionar o Executivo, que ofereceu reajuste salarial de 3,62%, ante o pedido de 41,6% feito pelo Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol-MG). 

Essa não é a primeira vez que a medida é adotada como forma de pressionar o governo. Em junho de 2023, quando servidores da segurança pública tomaram o mesmo procedimento, o presidente da Sindpol-MG, Wemerson Oliveira, explicou como isso funciona na prática.

“Se o estado dá condições de trabalhar, nós vamos trabalhar. Policiais e investigadores na ponta recebem aquele tanto de ocorrência e os delegados e escrivães, que estão em outro local no plantão digital, registram as ocorrências. [...] Nós vamos começar a só pegar outra ocorrência quando a primeira encerrar. É isso que é estrita legalidade: é só fazer aquilo que a lei nos permite

Imagem: Divulgação / Polícia Civil (Imagem Ilustrativa)

Agora em 2024, Wemerson explica ainda que tem sido feito visitas às outras delegacias instruindo os colegas a "trabalharem fazendo apenas aquilo que o governo do Estado dê condições."

O cidadão não vai deixar de ser atendido, mas se não tiver papel na delegacia, ele não terá cópia do boletim de ocorrência porque os policiais não vão mais comprar material de escritório com dinheiro do próprio bolso. Se precisarem sair da delegacia para uma investigação, mas a viatura estiver com pneus carecas, os policiais não vão. Isso vai prejudicar a quem? Ao cidadão que teve seu bem furtado ou a vítimas de tragédias sociais, como os crimes de pedofilia e estupro, infelizmente”, exemplifica Oliveira. 

Informações por O Tempo e Radio Itatiaia