Dados e alertas para a população sobre perigo de descargas elétricas
3 de junho de 2024

A eletricidade é uma matriz essencial para a sociedade moderna e está presente em todos os aspectos da humanidade. Mas apesar de ser indispensável, ela traz consigo riscos que devem ser observados para não causar acidentes que, na maioria das vezes, são graves ou até mesmo fatais.

Dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), divulgados neste mês, revelam que, no ano passado, ocorreram 2.089 incidentes envolvendo eletricidade no país, resultando em 781 mortes.

Em 37,4% das ocorrências houve óbitos. De acordo com o estudo da Abracopel, foram registradas 674 mortes por choques elétricos em 986 acidentes, além de 67 fatalidades em 963 incêndios de origem elétrica. Já as descargas atmosféricas foram responsáveis pela morte de 40 pessoas em 140 acidentes.

Apesar do alto número de ocorrências e fatalidades registradas pelo Anuário da Abracopel, a entidade destaca que os números reais podem ser até três vezes maiores do que os apontados no levantamento, uma vez que nem todos os incidentes são registrados pela associação.

Para evitar acidentes dessa natureza na rede de distribuição, Cemig e Abracopel ressaltam que é necessário realizar uma Análise Prévia de Riscos (APR), que deve observar os acidentes elétricos.

“Essa recomendação é prevista na Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10) e também na ABNT NBR 16384:2020, que trata de Segurança em Eletricidade e que faz recomendações e orientações para o trabalho seguro com a eletricidade. É um procedimento simples e que pode salvar a vida de muitos profissionais do setor”, afirma Antônio César Lima Santos.

“É fundamental observar a localização da rede elétrica para que os serviços sejam realizados com segurança. Em alguns casos, é necessária a instalação de barreiras protetoras para garantir o manuseio seguro de vergalhões, tábuas, canos e outros materiais”, completa o especialista da Cemig.

Além disso, os acidentes de trânsito que envolvem postes da rede elétrica e o impacto mecânico de árvores ou outros objetos nos circuitos elétricos também contribuem significativamente para o número de fatalidades, especialmente, durante o período chuvoso no Brasil.

Nas residências, os acidentes ocorrem principalmente, pela energização acidental de equipamentos elétricos com partes metálicas externas, envelhecimento e falta de manutenção adequada dos equipamentos.

Soma-se a isso, a ausência de aterramento elétrico adequado e a falta da utilização do Dispositivo Diferencial Residencial (DR), que é um aparelho que poderia ter salvado dezenas de vidas e é exigido nos projetos de construção no Brasil desde 1997.

Importante destacar que, segundo a Abracopel, cerca de 70% dos acidentes residenciais provocaram mortes no Brasil no ano passado.

Minas Gerais

Nas últimas semanas, ocorreram dois acidentes fatais envolvendo energia elétrica em Minas Gerais, o que demonstra a necessidade de ressaltar os cuidados e a criação de uma cultura do uso seguro e consciente da eletricidade.

As ocorrências com vítimas aconteceram em situações cotidianas, como o caso de um homem de 29 anos, que teria esquecido a chave do seu estabelecimento, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e, ao tentar pular o muro para entrar no local, encostou em fios energizados.

A outra fatalidade aconteceu com um jovem de 21 anos que estaria soldando uma estrutura em um posto de gasolina em Frutal, no Triângulo Mineiro, e acidentalmente tocou em um cabo de média tensão.

Viçosa

Apenas em 2024, foram noticiados duas ocorrências por choque elétrico na cidade: uma mulher de 50 anos que havia recebido uma descarga elétrica na Avenida Padre Serafim e um homem de idade não informada, no calçadão, na última quarta-feira.

Informações Agência Minas