Ministério Público e Polícia Militar apuram conduta de agentes após vítima dar entrada no hospital com múltiplas fraturas

O Ministério Público de Minas Gerais abriu investigação para apurar uma possível agressão cometida por policiais militares contra uma mulher de 57 anos durante abordagem no Bairro Filipinho, em Visconde do Rio Branco, na noite de 9 de julho. A vítima está internada na UTI do Hospital São João Batista, intubada, com múltiplas fraturas nas costelas.

De acordo com o Ministério Público, a investigação tramita na 1ª Promotoria de Justiça de Visconde do Rio Branco. Um inquérito também foi instaurado pela Polícia Militar. A promotoria solicitou a realização de exame de corpo de delito e a adoção de medidas administrativas.

A abordagem foi registrada por câmeras de monitoramento da residência de um sobrinho da vítima. As imagens mostram três policiais na rua Delorme Taveira da Silva. Embora o vídeo não registre diretamente as agressões, há áudios com xingamentos e palavrões proferidos por um dos homens, supostamente um dos militares. Parte do áudio é inaudível.

O boletim de ocorrência registrado pelos policiais indica que a mulher estaria usando entorpecentes com três homens, um deles foragido da Justiça, e teria sido agredida por dois desses indivíduos com socos, chutes e um cabo de vassoura. A versão é contestada pela família da vítima, que afirma que os agressores foram os próprios policiais e que a mulher foi deixada no local sem atendimento. Ainda segundo os familiares, ela foi socorrida pelos próprios homens mencionados no boletim.

A família também informou que a vítima é usuária de drogas, mas questionou o conteúdo do registro policial. Um dos familiares, que preferiu não se identificar, declarou que os policiais mudaram de comportamento ao perceberem a presença da câmera e cobrou punição mais severa: “Espero justiça, mas não é afastamento. É perda da farda”.

Nenhum dos três policiais usava câmera corporal no momento da abordagem, conforme mostram as imagens. A Polícia Militar, até o momento, não informou se os agentes envolvidos foram afastados.

Informações: g1 Zona da Mata