São João del-Rei recentemente teve seu crescimento populacional para 94.468 habitantes em 2025 validado pelo próprio IBGE.
A Prefeitura de Viçosa entrou com uma ação na Justiça Federal para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corrija sua estimativa populacional. A cidade busca uma reclassificação que a colocaria em um patamar de habitantes e, consequentemente, de repasse de recursos, similar ao de municípios como São João del-Rei, que recentemente teve seu crescimento populacional validado pelo próprio IBGE.
Enquanto São João del-Rei celebra o crescimento de sua população para 94.468 habitantes em 2025 – consolidando sua posição como o quinto maior município da Zona da Mata e Campo das Vertentes – Viçosa trava uma batalha para que seus números sejam reconhecidos. O IBGE estimou a população de Viçosa em apenas 79.221 habitantes, um valor que a prefeitura contesta veementemente. A cidade argumenta que o número real de moradores, incluindo a vasta população de estudantes universitários, está entre 94.221 e 99.221 pessoas.
Essa diferença de quase 20 mil habitantes não é apenas um dado estatístico; ela impacta diretamente a capacidade de Viçosa de oferecer serviços públicos. Com a contagem atual, a cidade se enquadra no coeficiente 2,6 do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), enquanto a população real a colocaria no coeficiente 3,0, a mesma faixa de repasses de cidades como Manhuaçu e Caratinga.
A situação de São João del-Rei serve como uma análise comparativa. Com sua população de 94.468 habitantes, o município tem a sua força demográfica reconhecida, o que se reflete em mais recursos e poder de investimento. A prefeitura de Viçosa busca esse mesmo reconhecimento para ter acesso a um FPM mais robusto. A diferença de um coeficiente para o outro pode gerar um ganho anual de mais de R$ 7 milhões aos cofres de Viçosa, recurso considerado vital para ampliar investimentos em saúde, educação e saneamento.
O principal argumento da ação judicial se baseia na população flutuante de Viçosa, um fenômeno comum em cidades universitárias. O município compilou dados concretos para provar sua tese:
A prefeitura de Viçosa espera que a Justiça Federal reconheça essa distorção e determine o reenquadramento da cidade no coeficiente 3,0 do FPM. Caso o pedido principal não seja acolhido, a alternativa é o reenquadramento no coeficiente 2,8, que ainda assim representaria um ganho substancial em relação à contagem atual. A medida é vista como um passo crucial para garantir que a cidade tenha acesso aos recursos que correspondem à sua real dimensão demográfica e econômica.