
O professor Alexandre Fontes Pereira foi convidado para falar sobre os casos de intoxicação por metanol que vêm ocorrendo no Brasil.
Na última reunião ordinária da Câmara Municipal de Viçosa, o professor Alexandre Fontes Pereira, docente do curso de Engenharia Química da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e atual coordenador do Laboratório de Bebidas Fermentadas e Destiladas e de Química Analítica (LAQUA), participou da sessão a convite do vereador Professor Idelmino (PCdoB).
O professor foi convidado para falar sobre os casos de intoxicação por metanol que vêm ocorrendo em diversas regiões do Brasil desde o início de outubro, e para divulgar informações de prevenção à população.
O metanol é um tipo de álcool industrial altamente tóxico, utilizado como solvente, combustível e na fabricação de alguns produtos. Segundo o professor, algumas bebidas podem conter pequenas quantidades naturais de metanol, como é o caso da cachaça. “Se você pegar cachaça, ela tem um pouco de metanol, tanto que eles separam a fração da cabeça para retirar parte desse composto. Quando você separa a primeira fração, mais de 90% do metanol vai embora”, explicou.
Nos casos atuais, no entanto, o metanol presente nas bebidas é resultado de fraude, e não de um processo natural. O baixo custo do solvente faz com que seja usado de forma criminosa na adulteração de bebidas alcoólicas. Alexandre destacou ainda que o metanol possui estrutura química semelhante ao etanol, mas é muito mais perigoso: “Quando entra em contato com o nosso corpo, as enzimas convertem o metanol em compostos altamente tóxicos”, alertou.
O professor também explicou que a UFV está disponibilizando análises laboratoriais para verificar a segurança de bebidas suspeitas. Os testes são realizados a um preço acessível, oferecendo uma alternativa confiável para quem deseja confirmar a procedência do produto.
Entre as dicas de prevenção, Alexandre recomendou verificar se o produto possui rastreabilidade, como número de lote e fabricante, dando preferência a locais de compra confiáveis, como supermercados e desconfiar de bebidas vendidas a preços muito abaixo do mercado, principalmente as de maior valor agregado.
Em relação às bebidas consideradas mais seguras, o professor apontou que cervejas e chopps têm menor risco de adulteração: “É difícil fraudar uma cerveja, porque seria necessário invadir a embalagem e manter o gás. No caso do chopp, há ainda um controle rigoroso da produção pelas associações cervejeiras da região”, explicou.
Ao final da apresentação, o professor colocou-se à disposição para esclarecer dúvidas sobre o tema. O vereador Professor Idelmino agradeceu sua participação e destacou a importância de informar a população de Viçosa sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas e os impactos à saúde pública.
Assessoria de Comunicação
Foto: Divulgação/Câmara de Viçosa