Programa reúne universidades federais e Ministério Público Federal para mitigar impactos da mineração no estado.
O Programa Participa Minas realizou seu primeiro seminário na última sexta (28), em Belo Horizonte. O evento ocorreu no auditório do Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF-MG).
A reunião contou com a presença de Demetrius David da Silva, reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e presidente do Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais (Foripes-MG). Participou também o procurador federal Carlos Bruno Ferreira da Silva, além dos coordenadores e representantes dos 14 projetos selecionados no primeiro edital do Programa.
O procurador Carlos Bruno Ferreira da Silva descreveu a colaboração com as universidades federais do Foripes-MG como a iniciativa mais destacada em seus cinco anos de trabalho na área ambiental do MPF. A parceria visa financiar propostas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à redução dos efeitos da atividade minerária em Minas Gerais.
O procurador afirmou que os projetos do Participa Minas são necessários para a transformação da economia mineira. Ele mencionou a possibilidade de o programa incentivar outros procuradores da República a apoiar iniciativas semelhantes, conferindo um caráter multiplicador à ação do MPF. Carlos Bruno também elogiou o trabalho da UFV e da Fundação Arthur Bernardes na condução dos projetos e na adequada prestação de contas.
Demetrius David da Silva, presidente do Foripes-MG, lembrou que a articulação para o Programa teve início em um contato dele, na função de reitor da UFV, com o procurador Carlos Bruno. A expansão da iniciativa para o Foripes-MG buscou demonstrar a capacidade das universidades federais mineiras em desenvolver trabalhos.
O presidente do Foripes-MG pontuou que a parceria estabelecida é inédita no MPF. Ele destacou que a captação de recursos externos é importante para custear projetos universitários, em um cenário de redução orçamentária para as instituições federais de ensino. O objetivo é evidenciar o retorno do investimento em projetos de ciência, tecnologia e inovação das universidades. A continuidade do Programa depende dos resultados obtidos.
Os projetos do Programa já produzem resultados. Uma das iniciativas, coordenada pela professora Polyana Pizzi Rotta (UFV), foi escolhida para representar o MPF na Conferência do Clima COP-30. O projeto aborda a intensificação de sistemas de produção de leite a pasto em áreas afetadas por rompimentos de barragens.
Projetos e Abrangência Regional
O seminário incluiu a apresentação dos 14 projetos, que foram selecionados no ano anterior e têm conclusão prevista para o final de 2026. O pró-reitor de Extensão e Cultura da UFV, Ambrósio Ferreira Neto, coordenador do edital, mencionou o engajamento dos envolvidos em temas ligados ao setor minerário.
A primeira edição selecionou três projetos da UFV, três da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), três da Universidade Federal de Lavras (Ufla), três da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e um da Universidade Federal de Alfenas (Unifal).
As iniciativas cobrem áreas como: Integração de Tecnologias de Agricultura de precisão (Ufla); Monitoramento hídrico participativo (Ufop); Melhoramento genético de pimentas (UFV); Construção de um mapa interativo digital para monitoramento do território Krenak (UFOP); Produção de materiais de construção com rejeitos da mineração (Ufop); e Transformação de fração residual do minério serpentinito em fertilizante foliar (UFMG). O seminário possibilitou a interação entre os coordenadores e a discussão dos resultados obtidos no primeiro ano de atividades.
Informações: UFV