A Vigilância Epidemiológica Regional de Ponte Nova, divulgou às autoridades de saúde da região, um alerta de Febre Maculosa.
De acordo com o comunicado, quatro óbitos já foram registrados nas cidades de Rio Casca e São José do Goiabal sendo que dois deles já deixaram de ser suspeitas para casos confirmados em laboratório.
A doença
Febre maculosa brasileira é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte (bois cavalos, etc.), cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.
Transmissão
Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os mais jovens e de menor tamanho são vetores mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos.
Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.
Vacina
Não existe vacina contra a febre maculosa brasileira.
Sintomas
Quando a bactéria cai na circulação causa vasculite, isto é, lesa a camada interna dos vasos (endotélio). Os primeiros sintomas aparecem de dois a quatorze dias depois da picada. Na imensa maioria dos casos, sete dias depois.
A doença começa abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as maculopápulas.
Essas lesões podem apresentar o componente petequial (petéquia é uma pintinha hemorrágica parecida com uma picada de pulga) e, às vezes, ocorrem pequenas hemorragias subcutâneas no local das maculopápulas petequiais.
A erupção cutânea é generalizada e manifesta-se também na palma das mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças exantemáticas (sarampo, rubéola, dengue hemorrágico, por exemplo).
Diagnóstico
A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) é um exame específico para o diagnóstico da febre maculosa brasileira. No entanto, não se deve esperar pelos resultados porque demoram. Por isso, é fundamental considerar os achados clínicos e os dados epidemiológicos da doença, que tem a peculiaridade de causar micro-epidemias.
Diagnóstico precoce é importante para dar início ao tratamento porque a taxa de letalidade da doença é elevada.
Casos de febre maculosa brasileira são de notificação compulsória ao serviço de vigilância epidemiológica.
Tratamento
A febre maculosa brasileira tem cura desde que o tratamento com antibióticos (tetraciclina e clorafenicol) seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total.
Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins e pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.
Leia o comunicado oficial divulgado pelo Coordenador da epidemiologia de Viçosa Ronilson da Silva Vieira na íntegra:
"Alerta Epidemiológico
Solicitamos ampla divulgação para a toda a rede de saúde de seu município, principalmente hospitais de referência, sobre a ocorrência de casos de Febre Maculosa nos municípios de São José do Goiabal e Rio Casca. Já somam se 4 óbitos nestes 2 municípios (2 com confirmação laboratorial). Favor atentar para estoque de cloranfenicol nos hospitais , e divulgar para os médicos. Frente a qualquer suspeita, notificar o caso, coletar amostra (soro) e seguir o protocolo de tratamento, a critério médico, considerando SEMPRE a epidemiologia positiva para essa área e entorno.
Equipe de Epidemiologia da SRS Ponte Nova
36041521 1503 ou 1514"