Após o Ministério da Saúde abrir uma consulta pública e afirmar que pretende exigir prescrição médica para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) informou que não exigirá o documento. A informação foi dada em uma "cartinha de Natal" que o órgão que reúne os secretários estaduais de saúde escreveu com foco nas crianças, e que foi assinada pelo presidente do órgão, Carlos Lula.
"É esse recado que queremos dar no dia de hoje, véspera de Natal quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá. A fraternidade vencerá. A medicina vencerá e vocês serão protegidos", diz a nota do Conass.
Ao defender a vacinação, o órgão alfineta o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que afirmou que o patamar de mortes por conta da pandemia não era relevante o suficiente para que o órgão tomasse uma decisão urgente.
"Infelizmente há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus. Mas com o Zé Gotinha já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis. Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos."
A vacina da Pfizer para crianças foi liberada pela Anvisa no dia 16 de dezembro. Desde então, o governo federal tem resistido a resistido a requisitar os imunizantes ao fabricante, que já tem um contrato com o Ministério da Saúde que permite o repasse das doses. Ao contrário de todas as ocasiões anteriores, o ministro Marcelo Queiroga decidiu fazer uma consulta pública para discutir a adoção da vacina infantil no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A consulta vai até o dia 2 de janeiro, três dias antes de terminar o prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que o governo se manifestasse sobre o assunto.
Fonte: O TEMPO