Servidores públicos federais de pelo menos 19 categorias devem cruzar os braços nesta terça-feira (18), como forma de pressionar o governo de Jair Bolsonaro por reajustes salariais. Este será o primeiro ato das categorias, que ameaçam repetir a paralisação nos dias 25 e 26 de janeiro e entrar em greve geral na segunda quinzena de fevereiro, caso não haja acordo.
Estão marcados para Brasília dois atos. O primeiro deles, das 10h às 12h, será em frente do Banco Central. À tarde, das 14h às 16h, os servidores vão se reunir em frente do Ministério da Economia. As manifestações nos órgãos públicos servirão de termômetro para avaliar o nível de adesão dos servidores.
De acordo com o presidente do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), Rudinei Marques, a principal pauta dos servidores é a reposição salarial linear —ou seja, o reajuste salarial para todas as categorias. Eles reivindicam aumento que reponha em parte a perda com a inflação nos últimos anos.
O Fonacate reúne cerca de 200 mil filiados, de diversas categorias do funcionalismo público. A pressão por aumentos se intensificou no fim de 2021, quando o governo Bolsonaro sinalizou com o reajuste de salários apenas de categorias específicas, como policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penais.
Uma das primeiras categorias a reagir foi a dos auditores da Receita Federal, que desde o fim de dezembro promovem operação padrão na importação e exportação de mercadorias. Além disso, mais de 600 auditores entregaram cargos de chefia no órgão, como forma de pressionar o governo.
Na quinta-feira (13), representantes do Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil) estiveram reunidos com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir as reivindicações. Após a conversa, eles qualificaram o encontro como "frustrante".