Com a publicação da resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que deve ser divulgada até esta sexta-feira (1º), os efeitos da alta de 10,89% do preço dos medicamentos devem começar a ser sentidos pelo consumidor já na próxima semana, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Minas Gerais (Sincofarma).
“Nossos estoques não são grandes, temos que repassar imediatamente. É possível fazer promoções, mas em cima da nova base de preços. Nesta semana, já estamos recebendo menos produtos e a indústria diz ser por aumento de vendas, mas, quando eles chegarem novamente, serão com os novos preços. Já temos movimento maior nesta semana de pessoas que souberam do aumento e precisam de remédio de uso contínuo”, afirma o vice-presidente do sindicato, Rony Rezende.
Já o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) argumenta, por meio de nota, que o reajuste “não é automático nem imediato, pois a grande concorrência entre as empresas do setor regula os preços: medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (doença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda”.
“É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde. Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, completa o presidente executivo da entidade, Nelson Mussolini.
Para escapar ao aumento pelo menos durante algum tempo, a professora Nilma Borges, 55, pretende comprar, ainda nesta semana, algumas caixas dos medicamentos que toma desde que retirou a tireoide devido a um câncer. “Meus remédios ficam em torno de R$ 200 por mês e tenho cadastro em laboratórios para conseguir descontos. Minhas receitas não ficam retidas, mas as da minha mãe ficam, então não dá para estocar duas, três caixas, além de o preço ser alto”, diz.
Aos 88 anos, a mãe de Nilma utiliza uma série de remédios para medicar o Alzheimer e seis filhos dividem a conta mensal, de pelo menos R$ 1.200. “Ainda bem que temos com quem dividir esse valor. Até a sobrinha que mora fora ajuda às vezes”, conclui.
Fonte: O TEMPO