A presidente da APAC de Viçosa, Rosilda Pires Ferreira Martins, esteve na Câmara Municipal e explicou sobre os serviços da associação.
A presidente da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Viçosa, Rosilda Pires Ferreira Martins, prestou esclarecimentos sobre os serviços prestados à comunidade viçosense e sobre o projeto 'Ressocializa' a instituição durante a reunião ordinária da Câmara Municipal da última terça-feira (23).
Rosilda explica que a APAC está em Viçosa desde abril de 2004 e trabalha com a ressocialização dos privados de liberdade. Ela diz ainda que, atualmente, a associação tem 44 recuperandos, divididos entre os três regimes.
"Muita gente acha que a APAC trabalha apenas com condenados que estão no final da pena. Acham que são só os bonzinhos, que estão indo embora. Na verdade, é o contrário, são os três regimes e pra gente é mais interessante aquele que tem mais tempo, porquê a gente trabalha com a ressocialização, pra dar o tempo de trabalhar com eles e chegar ao objetivo", afirmou Rosilda.
Além disso, a presidente afirmou que o trabalho da instituição se baseia em 12 elementos:
Rosilda não explicou cada um dos elementos por falta de tempo, mas convidou todos os vereadores para participarem de um 'Coffe Break' na APAC para que a explanação de todos eles fossem feitas.
Ela detalhou ainda que a APAC tem algumas oficinas, para recuperandos em regime semi-aberto, como padaria, marcenaria e porta. Já para os que estão em regime fechado, eles participam da produção de artesanato,
Além disso, a presidente cita que dentro da associação há uma escola Estadual, na qual o privado de liberdade é obrigado a estudar.
"Pra fazer esse retorno, ele precisa de educação. Quando ele chega lá, ele tem os ensinos desde a alfabetização até o Ensino Médio. Mas após o EM ele também tem a opção de realizar o curso superior. Hoje, nós temos dez (recuperandos) cursando o curso superior e tivemos a formação de curso no inicio do mês através da faculdade EAD", pontuou a presidente.
O vereador Sério Marota (PL) elogiou o trabalho feito pela APAC. Principalmente em relação aso elementos relacionados à família e a jornada da libertação com Cristo. Além disso, ele mencionou ainda que um presídio normal gasta mensalmente R$ 1.700 e 80% dos presos voltam a cometer crimes, dependendo da federação. Por outro lado, a APAC, além de gastar R$ 140, só 5% voltam são reincidentes.
Outra pauta comentada por Rosilda Martins foi o projeto 'Ressocializa'. Ela explica se tratar de um projeto do Governo Federal, criado em 2020, que tem a ideia de chegar a 120 APAC's no Brasil através de verba federal.
Neste projeto, ela afirma que Viçosa foi a primeira escolhida para receber recursos do Governo Federal para a construção de uma nova instituição, aumentando a capacidade de recuperandos de 44 para 192. Segundo ela, o recurso será destinado para a construção e para a instalação de todo aparelhamento.
O local da nova construção será um terreno, localizado na Barrinha, doado pelo atual prefeito de Viçosa, Raimundo Nonato (PSD) ainda no seu primeiro mandato. Além disso, o projeto da obra foi todo elaborado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Além disso, entre todas as 49 associações em Minas Gerais e as quase 70 no Brasil, mesmo Viçosa sendo uma das menores, o Governo escolheu a cidade para escrever uma cartilha que vai reger todas as APAC's do país. No entanto, ela ressalta que, para isso, precisa de ajuda.
"Para escrever, não tem como a APAC de Viçosa pegar isso e fazer sozinha. Para isso, precisamos da cidade, do executivo, legislativo, todos os órgãos públicos. Não da p falar de ressocializar, sem falar de assistenciar. Ele perdeu a liberdade dele, mas não perdeu os outros direitos que tem", disse.
A presidente afirma ainda ser um orgulho para o município, com uma APAC tão pequena, ganhar visibilidade nacional e escrever um projeto que será usado nacionalmente. Mas reafirmou a necessidade se ter ajuda.
Rosilda faz ainda dois pedidos aos vereadores. O primeiro deles, para que a APAC seja declarada como utilidade pública no município. Mas, neste ponto, ela foi informada que desde 2005 a associação já é considerada como tal. O prefeito Raimundo Nonato assinou o projeto na época e era de autoria da ex-vereadora Lúcia Duque Reis.
O segundo pedido é pra que a Casa Legislativa crie Projeto de Lei que dê à instituição um número de cotas. Nesse sentido, seria destinado uma reserva dos empregos da cidade para que seja possível enviar os recuperandos para trabalhar após a conclusão do seu estudo.
"Não tenho para onde mandar ele. E aí ele sai batendo de porta em porta. Pelo seu histórico, fica sem oportunidades", finalizou.
Veja, abaixo, o vídeo completo da participação da presidente da APAC de Viçosa:
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