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Após demissão de professor da UFV, defesa alega que ele é inocente
28 de julho de 2023

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Edson Ferreira Martins foi demitido da Federal de Viçosa na última quarta-feira (26), após processo administrativo disciplinar da UFV; professor era investigado por suspeita de crimes sexuais contra alunas.

O Jornal da Montanhesa, em sua edição do dia 27/7/23, entrevistou a advogada Marinês Alchieri, defesa do professor Edson Ferreira Martins. Ele foi acusado por alunas e ex-alunas da Universidade Federal de Viçosa (UFV) de cometer crimes de abuso de poder, violência física, assédio moral, assédio sexual e estupro.

A investigação estava em curso desde 2019 e, na última quarta-feira (26), Edson, que atuava no Departamento de Letras da UFV, teve sua demissão publicada no Diário Oficial da União.

Desde setembro do ano passado, quando o caso veio a público, houve grande repercussão na cidade, na Universidade e nas redes sociais, principalmente em apoio às mulheres que denunciaram o professor.

Edson Ferreira Martins. — Foto: Rede social/Reprodução

Entretanto, a advogada de defesa rebateu as acusações destinas ao professor e disse que "colaram uma falsa acusação de crimes sexuais e continuam divulgando, sendo que a situação sexual demonstrou cabalmente a inocência do professor Edson de todas as acusações."

Mídia: Reprodução/Youtube Rádio Montanhesa

Para ela, a motivação para a demissão do professor "não tem nada a ver com as acusações de crimes sexuais e essa situação toda que enfrentamos aqui". Ela ainda afirma que ele "está sendo demitido porque dois, dos três membros da comissão, entendeu que namorar aluna/ex-aluna se constitui em um ilícito passível de demissão".

A advoga Marinês Alchieri ainda afirma que "os assédios e os crimes não existiram, o que houve foi um namoro público e notório do professor com essas alunas da UFV ao longo do tempo."

Mídia: Reprodução/Youtube Rádio Montanhesa

Vale lembrar que a VEJA publicou uma reportagem no ano passado, contendo relatos das mulheres envolvidas no caso, os quais algumas afirmaram que o professor as humilhavam em classe, além de removê-las de projetos acadêmicos.

O processo encerrou-se na esfera administrativa, após a UFV decidir pela demissão do professor Edson. Agora, cabe à esfera judicial tomar as próximas medidas.

Entramos em contato com a representante das alunas, a advogada Lise Póvoa, e aguardamos retorno.

O que diz a UFV

Procurada pela equipe do Primeiro a Saber, a UFV informou quais acusações foram consideradas pela comissão condutora do processo administrativo, as quais culminaram com a demissão do investigado. Dentre elas, a de Edson Martins valer-se da posição assegurada pelo cargo e "manter ou tentar manter relacionamentos afetivos e sexuais com estudantes e ex-estudantes do curso de Letras da UFV".

Confira na íntegra:

"A comissão designada para conduzir o processo administrativo considerou as seguintes acusações formuladas contra o docente: 


1 - haver se ausentado do serviço durante o expediente sem prévia autorização do chefe imediato, oportunidade em que transferiu à pessoa estranha à repartição, sem que houvesse autorização legal, o desempenho de atribuição que lhe competia.


2- haver utilizado o cargo, em múltiplas e reiteradas ocasiões, para lograr proveito pessoal, em detrimento da dignidade de função pública, condutas verificadas quando o professor, valendo-se da posição assegurada pelo cargo em que fora investido, manteve ou tentou manter relacionamentos afetivos e sexuais com estudantes e ex-estudantes do curso de Letras da UFV. A segunda acusação indicada constitui o objeto principal da acusação e está relacionada aos diversos relacionamentos que o docente manteve ou tentou manter com alunas do curso."

- Divisão de Divulgação Institucional da UFV, em resposta ao Primeiro a Saber.

Nossa equipe solicitou acesso ao processo e a sentença à Unidade Seccional de Correição (USC), entretanto, a Universidade declarou que "os autos já não estão sob sigilo, mas ainda precisam ser ajustados para garantir o anonimato dos envolvidos". 

+ Acesse a entrevista com a advogada de defesa do professor Edson (AQUI)

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