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Pesquisa avalia impacto das mudanças climáticas no futuro da agricultura da América do Sul
28 de setembro de 2023

A variabilidade e as alterações meteorológicas nas últimas décadas já provocaram perdas significativas de colheitas na região avaliada.

Somente gestões públicas para uma agricultura inteligente em termos climáticos podem reduzir impactos que agravarão ainda mais as desigualdades socioeconômicas

Um inverno quase sem frio, a primavera que começou com calor de verão e as tragédias com chuvas extremas no sul do Brasil tornam muito claro, este ano, que as mudanças climáticas deixaram de ser uma ameaça e já são uma realidade, que vai mexer com o que todos nós entendemos por clima. Mas será que elas irão impactar a produção de alimentos para garantir segurança às populações? Um trabalho científico, que tem o professor Flávio Justino, do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV como um dos autores, abordou especialmente o futuro da agricultura no contexto de mudanças climáticas que afetam, de modos diferentes, grandes e pequenos agricultores na América do Sul.

Segundo os autores, a variabilidade e as alterações meteorológicas nas últimas décadas já provocaram perdas significativas de colheitas na região avaliada. Como se isso não bastasse, os custos socioeconômicos duradouros das inundações, ondas de calor, incêndios florestais e tempestades de granizo atingem gravemente os agricultores e as comunidades locais. Esses extremos climáticos já respondem por 26% dos danos e perdas na agricultura nos países menos desenvolvidos e de rendimento médio-baixo.

A situação é agravada pelo fato de que, na maioria dos países da América do Sul, a agricultura ainda depende muito das práticas agrícolas de pequenos produtores, que são mais vulneráveis à variabilidade climática interanual, a eventos extremos e a mudanças nos padrões climáticos regionais. “Além de secas e inundações, os produtores rurais ainda precisam lidar com surtos de pragas e doenças que  prejudicam os sistemas agrícolas. Esta é a primeira vez que uma pesquisa foca este grupo, considerado fundamental para a segurança alimentar e a economia desses países”, explica o professor Flávio Justino.

Fonte: UFV