Clima, solo, sustentabilidade, biotecnologia, segurança no campo, gestão, comunicação entre máquinas e conectividade. Essas foram as áreas apontadas como desafiadoras para o agronegócio durante o Agro Maker Day. O evento realizado quinta-feira (7/12) reuniu cerca de 70 pessoas, a maioria pesquisadores, interessados em conhecer os problemas e desenvolver soluções inovadoras e tecnológicas para o campo.
A iniciativa também foi uma oportunidade para mostrar ao público as instalações do Agro Maker Lab e suas inúmeras potencialidades. O laboratório, inaugurado este ano, é fruto de parceria entre o Sistema Faemg Senar e o tecnoPARQ, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
O gerente regional do Sistema Faemg Senar, Marcos Reis, a diretora executiva do CenTev/tecnoPARQ, Adriana Ferreira de Faria e o agente de aceleração, Marcos Vinícius Valente conduziram as apresentações dos desafios e indicaram como o tecnoPARQ e o Sistema Faemg Senar podem auxiliar os pesquisadores no desenvolvimento de soluções viáveis e acessíveis aos produtores rurais e toda a cadeia do agronegócio.
Para Marcos Reis, esse foi um passo importante de incentivo à inovação no agronegócio. “Trouxemos dores apresentadas diretamente pelos produtores e colhidas pelos técnicos de campo do programa de Assistência Técnica e Gerencial - ATeG a um ambiente de conexão com quem pode ajudar a resolver. Esse foi o primeiro evento com essa finalidade realizado no Agro Maker lab e foi um sucesso. Em 2024 vamos fazer muitos outros”, afirmou.
Além das palestras, o público visitou o laboratório e conheceu os equipamentos e alguns trabalhos já desenvolvidos no local.
Oportunidades
As diretoras da empresa Grön focada no mercado de carbono e mudanças climáticas, Eliana Boaventura e Lauana Silva estiveram no evento em busca de aproximação com o agronegócio e saíram satisfeitas. “Nós buscamos, principalmente, a agregação de valor do produto agropecuário, considerando o balanço de carbono da propriedade rural e viemos com a expectativa de encontrar e entender problemas reais que os produtores rurais vivem em relação ao nosso setor”, comentou Eliana.
“A partir do que foi apresentado nós percebemos que realmente a questão das mudanças climáticas já é uma demanda do mercado e existem muitas oportunidades para nós e para os produtores que podem se beneficiar desse mercado. Temos certeza que com o Agro Maker Lab a gente vai ter oportunidade de criar muitas soluções para os produtores rurais”, completou Lauana.
Para a nutricionista e pesquisadora Abigail Brandão, o evento foi um incentivo ao empreendedorismo a partir do seu trabalho em andamento no mestrado da UFV.
“Estudo a utilização da casca de soja, resíduo da agroindústria, para produzir um produto de valor agregado, que seria o xilitol - um tipo de adoçante natural com poucas calorias e baixo índice glicêmico”, explicou.
Ela destacou que o Agro Maker Day ampliou sua visão e perspectivas para o futuro. “Muitas vezes a gente está no ramo da pesquisa e não tem noção do mundo que existe além do laboratório. Saber que temos a possibilidade de levar a nossa inovação às pessoas com ajuda do tecnoPARQ e de instituições como o Sistema Faemg Senar é animador”, afirmou a estudante do Instituto Bioagro/UFV.