A preocupação com o desenvolvimento saudável de nossas crianças levou profissionais como psicólogos, pedagogos, professores e pediatras e, posteriormente, a sociedade mais ampla a combaterem abusos no processo educativo de crianças e adolescentes. Somos integralmente a favor de se coibir abusos psicológicos e físicos, e condenamos práticas educativas que prejudiquem o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes que possam afetar sua auto-estima, capacidade critica, seus senso de competência, dentre outros aspectos relevantes do comportamento humano.
Contudo, no justo desejo de oferecermos o clima psicológico, familiar e escolar adequados para o bom desenvolvimento biopsicossocial de nossos filhos, temos adotado comportamentos permissivos que favorecem o desenvolvimento de personalidades apáticas, manipuladoras, egoístas e indisciplinadas, incapazes de se adequarem ao convívio social de modo produtivo, de estabelecerem relações satisfatórias e de se comprometerem com seu próprio desenvolvimento pessoal, profissional, relacional, etc.
Assim, vemos um grande número de crianças e adolescentes que dominam a dinâmica familiar desde poucos anos de idade, que se preocupam exclusivamente com seu próprio bem-estar imediato e que se tornam pequenos reis e rainhas de suas casas e escolas. Estas crianças, via de regra, apresentam comportamento de birra, teimosia, desmotivação para atividades escolares e para tudo aquilo que não seja seu interesse imediato. Este quadro é conseqüência do medo dos adultos de dizerem Não às crianças sob sua responsabilidade.
Nem sempre é fácil! Muitos pais e mães sofrem por acharem que negar algo a seus filhos os fará sofrer. E fará, mas apenas naquele momento. Afinal, quem gosta de receber um Não? Mas, ouvimos e ouviremos Nãos a vida toda, e saber como lidar com a frustração é uma habilidade importante para enfrentarmos o estresse, a desmotivação e a ansiedade. E aprender isso em casa, com quem nos deseja bem, é bem mais fácil.
Saber o momento e como dizer este Não pode ser difícil, mas, para aqueles que sentem dificuldade, um programa de Orientação de Pais, promovido por um psicólogo competente na área, pode ser positivo. Considerando tudo isto, podemos afirmar que dizer Não é também um ato de Amor às nossas crianças.
Dr. Nelimar Ribeiro
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