
Ação reuniu equipes de 30 municípios para alinhar estratégias de detecção, vigilância ativa e intensificação vacinal
Mais de cem profissionais de saúde dos 30 municípios da área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Ponte Nova participaram, nos dias 27 e 28 de novembro, do Treinamento Integrado de Vigilância da Febre Amarela. O encontro ocorreu no Centro Vocacional Tecnológico e Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais, em Ponte Nova. A iniciativa foi promovida pela Superintendência por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e reuniu supervisores de campo, profissionais da Vigilância Epidemiológica, Atenção Primária à Saúde, agentes de combate a endemias e equipes de zoonoses e imunização.
O treinamento teve como objetivo fortalecer a preparação das equipes municipais diante do risco de circulação viral em áreas estratégicas do estado. No período de 2024 e 2025, foram confirmados 15 casos humanos e cinco óbitos, além de registros de mortes de primatas não humanos. O superintendente da Superintendência Regional de Saúde de Ponte Nova, Wagner Mol Guimarães, destacou que a detecção precoce da febre amarela depende da vigilância ativa e de estratégias de prevenção.
O evento contou com apoio do nível central da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Participaram Ramon Oliveira, referência técnica em febre amarela da Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses e Controle Vetorial, e Laila Heringer, referência técnica em controle vetorial da mesma coordenação. Oliveira afirmou que treinar municípios e regionais contribui para descentralizar respostas, padronizar fluxos, reduzir o tempo de atuação e fortalecer a vigilância contínua.
A coordenadora da Vigilância em Saúde de Ponte Nova, Graziele Menezes, reforçou a importância da vigilância ativa dos primatas não humanos, já que sinais iniciais da doença são inespecíficos. Segundo ela, a informação sobre epizootias pode ajudar na identificação de casos humanos. A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da regional, Priscila Moura, destacou a necessidade de integrar vigilância epidemiológica, ambiental, imunização e atenção primária para qualificar as ações no território.
A capacitação também abordou a intensificação da vacinação contra a febre amarela. A cobertura recomendada é de 95 por cento. Dos 30 municípios atendidos pela Superintendência Regional de Saúde de Ponte Nova, 20 atingiram a meta em 2024. A referência técnica em imunização da regional, Thiany Oliveira, orientou sobre condutas a serem adotadas em caso de morte de primatas ou confirmação de circulação viral. Ela explicou que o Monitoramento Rápido de Cobertura ajuda na identificação de pessoas não vacinadas. A vacina deve ser aplicada em crianças aos nove meses, com reforço aos quatro anos. Pessoas de cinco a 59 anos são consideradas imunizadas com uma dose registrada.