Nesse momento, na Br 116, no Bela Vista, próximo a Muriaé, os caminhoneiros iniciaram a paralisação pacífica contra a tabela de preço mínimo do frete.
Insatisfeitos com uma mudança no preço do frete mínimo, caminhoneiros iniciaram nesta segunda-feira (22) um movimento pelo país para pressionar o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a rever os valores. Em Minas Gerais, motoristas se reúnem em pontos da BRs 116, em Governador Valadares, e na BR 381, em Ipatinga, no Vale do Aço.
Na altura do Posto Planalto 2, quilômetro 409 da BR 116, os caminhoneiros estão parando veículos de carga para pedir adesão ao movimento. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, não houve uso de violência e automóveis que transitam pela estrada não estão sendo retidos pelos manifestantes, que não interditaram a pista.
Segundo Rafael Nogueira, proprietário de carretas em Muriaé, o motivo da reivindicação é referente a tabela do piso mínimo do frete que foi colocado em média a 30% e 40% a menos na tabela que os caminhoneiros utilizavam. "A gente já estava trabalhando a troco do óleo diesel. Infelizmente não tem como mais rodar na tabela que o ministro divulgou nessa quinta-feira. A reivindicação nossa é em relação a tabela do piso mínimo. Se não tiver acordo, infelizmente vamos ficar aguardando parado até que seja passado para nós uma posição referente a essa tabela de piso mínimo", destaca Rafael.
A passagem está liberada para carros de passeio, ônibus e veículos públicos. Contudo, os organizadores destacam que os veículos de carga estão sendo parados na rodovia.
Segundo um dos coordenadores do movimento, o caminhoneiro Olívio Henrique Lourenço Souza, a ideia é manter a paralisação até que o Ministério da Infraestrutura reveja o valor do frete. “A pauta é que o ministro Tarcísio Freitas revogue a resolução publicada no dia 16 com o novo piso mínimo, que tirou 45% do valor. A justificativa foi um estudo, só que a empresa que fez é suspeita porque é uma entidade ligada ao agronegócio e uma das partes que tem ação contra o frete mínimo”, argumentou.
Segundo Olívio Souza, já há adesão de 500 caminhões na região do Vale do Aço de Minas dispostas a parar até que haja a revogação. “Começamos hoje às 6h e não temos hora para parar, agora tudo depende deles. Uma coisa que tem que ser frisada é que esse não é um movimento político, é de classe”, afirmou.
Também há relatos e vídeos circulando nas redes sociais de uma paralisação em Ipatinga. Por enquanto, a PRF não confirmou o movimento.
O presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, José Natan Emídio Neto, disse que a força do movimento por enquanto está no agronegócio e criticou o frete mínimo. “Pelo mínimo ninguém roda e as embargadoras e os produtores rurais estão seguindo a tabela. Acredito que o governo vá chamar de novo o grupo para conversar”, disse.
Em relação ao governo Bolsonaro, o dirigente disse que o “namoro” com os caminhoneiros está acabando. “Querem pedagiar rodovia e a quebradeira está geral, não tem carga para carregar, o país está parado”, avaliou.
Fonte: Rádio Muriaé e Estado de Minas.